Os olhos do mundo se voltam ao Egito em novembro. Em particular para a charmosa cidade de Sharm El-Sheik. É neste acolhedor balneário com cerca de 75 mil habitantes, banhado pelas águas mornas do Mar Vermelho de um lado e protegido pelas colinas do Sinai ao fundo, que representantes de todo o planeta se reúnem, entre este domingo (6.11) e o próximo dia 18, para a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, popularmente conhecida como COP 27.
O evento, que tem mais de 45 mil participantes registrados, deverá entrar para a história como a maior das conferências da ONU em torno das mudanças climáticas e a expectativa em Sharm El-Sheik é que o mundo possa avançar nos esforços conjuntos para reduzir os efeitos que ameaçam o equilíbrio global.
O Brasil, que terá um estande no Sharm El-Sheikh International Convention Center (SHICC), palco da COP 27, apresentará exemplos de sucesso e todo seu potencial sustentável.
A começar pela maneira como a nação gera energia. O Brasil já se destaca por possuir uma das matrizes mais limpas do mundo. Atualmente, sua matriz elétrica atinge 84% de fontes renováveis, contra uma média de 28% do restante do mundo. Contudo, isso é só a ponta desse “iceberg verde”.
Devido às condições territoriais e climáticas brasileiras, com 3,6 milhões de km² de área, 11 mil quilômetros de litoral e ausência de tempestades ou furacões, as eólicas offshore, aquelas que geram energia por meio do vento que sopra em alto mar, se constituem em um imenso campo de geração de energia limpa, com potencial para gerar 700 gigawatts de energia.
Outro exemplo a ser ressaltado na COP 27 diz respeito à logística reversa. O Brasil bateu, em 2021, o recorde mundial na reciclagem de latas de alumínio, tendo reutilizado 98,7% das latas comercializadas em todo o país, com 409 mil das 414 mil toneladas de latas comercializadas tendo sido recicladas. O país também se destaca na reciclagem de eletroeletrônicos, com 1,3 mil toneladas de lixo eletrônico tendo deixado de ser descartados no meio ambiente entre 2019 e 2021; e na reciclagem de embalagens de defensivos agrícolas, reaproveitando mais 94% do material que é comercializado.
A mesma força se repete na reciclagem de 46 milhões de baterias de chumbo, e soma-se a isso a coleta de mais de 1,5 milhão de litros de óleo lubrificante e o retorno de mais de 900 milhões de litros do produto para o mercado com o rerrefino.
O Brasil também mostrará na COP 27 o sucesso da Operação Guardiões do Bioma, que acumula números expressivos com 18.300 incêndios florestais combatidos. Mais de oito mil profissionais estiveram envolvidos em 3.853 ações preventivas, que resultaram em sete mil crimes ambientais combatidos e 1.607 multas aplicadas.
Um dos maiores produtores de alimentos do mundo, o país caminha para mais um recorde na produção de grãos e deverá atingir 312,4 milhões de toneladas na safra de grãos 2022/2023. Desta forma, a força da agroindústria nacional e seus processos sustentáveis de produção também serão temas importantes a serem apresentados em Sharm El-Sheik.
Outro ponto a ser explorado é o potencial brasileiro de ser tornar um dos principais atores internacionais no mercado de carbono. Para isso, o país já conta com um mercado regulado de crédito de carbono e instituiu o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa, que funcionará como uma central única de registros e um instrumento de gestão ambiental que promova a redução das emissões nacionais.
Estande Brasil na COP 27
No estande montado pelo Brasil na COP 27, os visitantes, além de acompanhar as palestras e debates promovidos por especialistas da esfera federal e de outras entidades ligadas aos temas da conferência, terão a tecnologia como aliada.
O local conta com um estúdio para a realização de palestras presenciais e online com interação direta com o Brasil e dispõe de sistema de tradução simultânea para inglês e português. Óculos de realidade virtual permitirão aos visitantes fazer um passeio pela Amazônia e o estande também terá uma área imersiva onde será possível experimentar sensações ligadas às fontes de energia limpa – vento (eólica), calor (solar) e barulho do mar (eólica offshore), entre outras.
A estrutura conta ainda com um imenso telão de led que disponibilizará imagens que mostram o potencial do Brasil de acordo com os temas apresentados em cada painel. O estande do Brasil tem o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).