Os 6.385 associados aptos a participarem da escolha tiveram a opção de votar presencialmente na Sede do Calabouço ou de forma on-line. A votação, que teve a participação de 4.907 deste total, foi aberta às 10 horas e, meia hora depois, mais de 50% dos sócios já haviam votado, a maioria pela internet.
Ao longo do dia, o clube atualizou o número de votantes em suas redes sociais. A definição dependia de decisão por maioria simples, com 50% dos votos mais um. Do total de sócios que participaram da votação, 3.898 foram favoráveis à venda, enquanto 976 (19,89%) votaram não. Outros 18 anularam o voto e 15 votaram em branco.
Houve muita movimentação desde cedo na Sede do Calabouço, de sócios indo votar a torcedores animados com o futuro do clube. Alguns, até faziam churrasco. O fluxo cresceu conforme o encerramento da votação, marcado para as 22 horas, foi se aproximando, e o entorno do local foi tomado por vascaínos cantando e tremulando bandeiras como em uma partida.
Com a venda da SAF, o Vasco passará por uma grande reformulação interna. O Conselho Administrativo deve ser formado por sete membros, cinco deles indicados pela 777 e dois representantes do clube associativo. Uma cadeira será ocupada pelo atual presidente Jorge Salgado, que pode indicar um nome para ficar com a segunda.
Já o Conselho Fiscal deve ter um indicado pelo clube e dois pelo grupo americano. Quando o mandato de Salgado acabar, no fim do ano que vem, o novo presidente eleito escolherá um novo nome para acompanhá-lo no Conselho Administrativo e outro para o Conselho Fiscal.
Com o resultado favorável à venda, restam apenas detalhes burocráticos que devem ser resolvidos em pouco menos de duas semanas, como a criação de uma conta bancária para a instituição Vasco SAF e a transferência de ativos, por exemplo. Já nesta segunda-feira, a 777 Partners pode anunciar algumas iniciativas previstas para seus primeiros dias oficiais de gestão.
Apesar do tempo para a conclusão do rito, a empresa americana já vinha auxiliando o Vasco financeiramente. Além de ter antecipado um aporte de R$ 70 milhões de um total de R$ 700 milhões, participou de negociações como a compra do meia chileno Palacios junto ao Internacional, ainda em abril.
Até conseguir a aprovação, o Vasco passou por uma longa jornada e enfrentou batalhas judiciais para concluir os ritos da venda. A maior contestação foi sobre os contratos a serem assinados entre o clube e a empresa. Sócios acionaram a Justiça para pedir a abertura dos documentos para conhecimento de todos os eleitores aptos.
Houve denúncia, não comprovada, de que sócios já mortos teriam “votado” na AGE anterior, realizada em abril. Além disso, a Comissão de Direitos do Consumidor da Câmara Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) entrou com duas ações na Justiça para pedir a abertura dos contratos e a paralisação do processo de aprovação da SAF.