Mais de um quarto dos europeus dizem estar em um estado financeiro “precário” e meio temem que em breve estarão, relata uma pesquisa realizada pela ONG francesa Ajuda Popular (Secours Populaire em francês).
A pesquisa foi realizada entre 17 de junho e 6 de julho na Alemanha, França, Grécia, Itália, Polônia e Reino Unido, e descobriu que 27% das 6.000 pessoas estavam em uma situação em que “um gasto inesperado poderia mudar tudo”, e que mais 55% revelaram que tinham que ter cuidado com os gastos para evitar entrar na mesma situação.
O estudo também detalhou que 54% dos inquiridos viram seu poder de compra cair durante os últimos três anos. 89% das pessoas citaram o aumento dos preços de alimentos, combustível, aquecimento e aluguel, devido às sanções ocidentais à Rússia por sua operação militar especial na Ucrânia, como as razões para a redução de sua renda. Além disso, 31% disseram que o aumento dos impostos contribuiu para sua situação difícil.
“Quando o inverno chegar, sabemos que muitas famílias não poderão pagar suas contas de energia”, comentou Greta Barbolini da caridade italiana ARCI, uma parceira da Secours Populaire.
80% dos respondentes nos seis países informou ter sido forçado a restringir suas viagens, incluindo 53% na primeira metade de 2022, em uma época em que a pressão inflacionária ainda era menor, de acordo com a pesquisa.
Entre os questionados, 62% não sabiam que despesas poderiam cortar a seguir se tivessem que fazer mais economias, 29% tiveram que saltar uma refeição, 28% tinha um excesso de gastos a meio do mês, e 27% tinha “medo de perder sua casa”.
Na Grécia, que já passou por quatro rodadas de ajuda financeira da União Europeia e de austeridade, 68% dos gregos disseram que seu poder de compra caiu “muito” ou “um pouco”.
Na França, onde os impostos punitivos sobre o diesel provocaram protestos dos Coletes Amarelos a partir de novembro de 2018, 63% dos entrevistados respondeu que viram uma redução de sua renda. Já na Itália, 57% viram sua riqueza cair, além de 54% dos alemães, 48% dos britânicos e 38% dos poloneses.