A quatro dias do segundo turno, Bolsonaro faz uma incursão hoje por Minas Gerais. Na primeira etapa da corrida eleitoral, o presidente perdeu no Estado para seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com o apoio do governador reeleito Romeu Zema (Novo), que tem tentado mobilizar prefeitos a favor do chefe do Executivo, a campanha bolsonarista acredita em uma virada em solo mineiro.
“Devo lealdade ao povo brasileiro. E o que é mais importante: há dois anos eu vinha falando Deus, pátria, família e liberdade. Pode ter certeza, após a reeleição, essa nossa liberdade será respeitada por todos aqui no Brasil”, disse Bolsonaro. O presidente ainda deve passar hoje por Teófilo Otoni (MG) e Uberlândia (MG). “Vira, vira já virou”, disse o chefe do Executivo aos apoiadores, durante o discurso em cima de um trio elétrico.
Bolsonaro costuma falar em “liberdade” para criticar decisões do STF, como a condenação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) por ataques contra a democracia – o parlamentar recebeu perdão presidencial – e os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos que foram abertos na Corte e investigam aliados do chefe do Executivo.
Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro passou a repetir que, em caso de reeleição, colocaria “todo mundo dentro das quatro linhas da Constituição”, expressão que costuma usar também para se referir ao Supremo. “Tem certas pessoas que acham que podem fazer o que bem entender em qualquer lugar do Brasil e ponto final. Nós temos que dar um ponto final, e vamos, dar, nessas pessoas que, não só pensam, mas agem assim. Muitos me criticam quando eu falo nas quatro linhas, a gente vai jogar todo mundo bonitinho dentro das quatro linhas”, afirmou o presidente, em 1º de outubro, um dia antes do primeiro turno.
No discurso em Governador Valadares, Bolsonaro também relembrou a facada que sofreu em Juiz de Fora (MG) na campanha eleitoral de 2018 e disse que “renasceu”. “Sou mineiro também, uai”, declarou. O candidato à reeleição ainda reforçou pautas que cativam o eleitorado conservador como a rejeição ao aborto, à legalização das drogas e ao que chama de “ideologia de gênero”.