“Cabo Verde tem muito interesse em ter um mercado como a CPLP, não só para trocas comerciais, mas também para mobilidade humana, questão educacional e mercado de trabalho. Sendo um mercado pequeno, […] [Cabo Verde] está tentando criar esse diálogo com a CPLP justamente para facilitar toda essa troca comercial, humana, política e econômica”, aponta o pesquisador.
“Os Estados têm liberdade para escolher a mobilidade. […] Existe o acordo, mas deverá haver acordos bilaterais para facilitar essa mobilidade tão desejada. Vai demorar para funcionar.”
“As relações de Cabo Verde com o Brasil tiveram pontes fundamentais, principalmente entre 2006 e 2009, quando o presidente Lula da Silva voltou-se para a África e estabeleceu parcerias. Desde então fala-se nessa mobilidade. Agora, o Brasil foi um dos últimos a submeter a ratificação desse acordo, e não vejo muito comprometimento. Para falar a verdade, continuamos com a mesma dificuldade de conseguir visto para Brasil e Portugal. Ainda é apenas um acordo formal.”
“O Brasil criou centro cultural do Brasil em Cabo Verde, o que acaba por estreitar as relações do ponto de vista da cultura e das relações humanas. Há embaixadas do Brasil em todos os países dessa comunidade. Há uma intenção clara de estreitar essas relações, até sob o ponto de vista de expansão para mercados bastante interessantes, como Angola e Moçambique. A uma certa altura se pensou em fazer Cabo Verde de trampolim para outro mercado também interessante, da CEDEAO, dos países da África Ocidental, […] um mercado de 200 milhões de pessoas.”