O cantor Seu Jorge, que foi vítima de racismo durante um show em Porto Alegre (RS), desabafou sobre o caso. O artista falou sobre o tema em entrevista ao Fantástico, que vai ao ar neste domingo (23/10).
“Não existe justificativa para o racismo. É exatamente disso que nós estamos tratando. Estamos tratando de violência”, começou.
“Estamos tratando de uma violência que não cabe mais no Brasil. A justificativa para o racismo não existe, assim como o racismo não deveria existir”, complementou Seu Jorge.
Em seguida, o ator e músico falou que não vai reagir de forma agressiva aos casos de racismo.
“Se estavam esperando de mim alguma truculência, alguma reação, não, não vai acontecer. Eu tenho muita coisa para fazer na minha vida e tenho muitos sonhos para o meu país e para minha gente, sabe? Volto a reiterar, somos 54% da população do Brasil, que é negra e parda, eu tenho orgulho de sermos a maioria”, concluiu.
Outro caso
O humorista Eddy Junior, 28 anos, prestou depoimento, na noite da última quarta-feira (19/10), na Delegacia de Crimes Raciais (Decradi), de São Paulo, após sofrer ataques racistas da vizinha Elisabeth Morrone durante discussão no prédio onde mora, na Zona Oeste da cidade.
Nos vídeos publicados, a aposentada Elisabeth Morrone o chama de “macaco, imundo, sujo, neguinho e bandido”, entre outras ofensas. Ela também se recusa a usar o mesmo elevador que Eddy.
“Ficar dentro da minha casa sofrendo ameaças de morte e calúnias sobre mim novamente por ser preto. Ser impedido de entrar no mesmo elevador da moradora branca por ser preto também”, escreveu ele na legenda da publicação.
Segundo os vizinhos, as agressões da moradora e do filho dela contra Eddy são frequentes. Como mostram as câmeras de segurança, os dois já chegaram, inclusive, a bater na porta do humorista levando facão e garrafa de vidro.
