“O presidente Lula já deixou claro que só teremos um palanque no Estado. Ocorre que a política é dinâmica. O presidente Lula entrou nessa discussão nos últimos dez dias. Em Pernambuco, ele conversou com a direção do PSB nacional: ‘eu vim aqui cumprir nosso acordo, agora quero que vocês cumpram o acordo de vocês’, afirmou Ceciliano, em entrevista ao UOL.
Os petistas desejavam que Ceciliano fosse o único candidato ao Senado no palanque de Freixo. Contudo, o deputado federal Alessandro Molon, que é presidente estadual do PSB, contrariou o acordo e não aceitou abdicar de sua candidatura à mesma cadeira. O parlamentar argumenta que tem “mais condições” de derrotar o bolsonarismo no Estado por pontuar melhor nas pesquisas.
Ceciliano afirmou que, a princípio, tinha inclusive o apoio do prefeito Eduardo Paes (PSD), da capital fluminense, para concorrer ao governo do Estado, mas que decidiu ser candidato ao Senado após encontro com Lula e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em fevereiro deste ano.
Segundo o deputado, o ex-presidente petista anunciou, naquela ocasião, que o acordo fechado com o PSB daria ao PT a prerrogativa de indicar o candidato ao Senado no Rio. “Eu, como tenho juízo, respeito as decisões do meu partido. Existia um acordo”, disse.
Por outro lado, Ceciliano admitiu que o impasse de sua candidatura ao Senado não deve retirar na prática o apoio de seu partido a Freixo. Segundo ele, mesmo que a aliança formal acabe por ser desfeita, como propôs o diretório estadual da sigla, o candidato da base lulista no Estado continuará sendo o pessebista. “Não tenho dúvida que mais de 80% dos nossos militantes vão de Freixo. Eu vou de Freixo”, afirmou. “Mas tendo dois candidatos, não dá para emprestar nosso tempo de televisão ao outro candidato ao Senado. Não dá para utilizar do nosso tempo de televisão para expor outro candidato. Aí é um contrassenso”.