“Eles [ucranianos] sabem da criticidade dessa ponte. Ela é vital para o abastecimento da península da Crimeia e para todo moral da população civil que habita ali. A ponte e os reservatórios de água doce, localizados a noroeste da península, são vitais para os habitantes da Crimeia. A Ucrânia atacou sabendo da possibilidade do impacto estratégico que teria a destruição dessa infraestrutura sobre a Crimeia. Parece que eles não ligaram muito para as consequências.”
“É importante frisar que é do interesse de muitos que a Rússia continue se radicalizando, para que em algum momento seja a perdedora. Cada vez que a Rússia toma uma atitude como a de atingir a Ucrânia em alvos não militares […], o restante do mundo vai olhar e continuar vilificando a Rússia. Isso é importante para a guerra de narrativas”, destaca Gama.
“Me choca o silêncio sobre as investigações e também o fato de quase não haver protestos com relação a um ataque dessa magnitude, que vai prejudicar tantas pessoas. O ataque ao Nord Stream vai prejudicar muito, principalmente o setor industrial da Alemanha”, destaca Farinazzo.
“Vem sendo assim há muitos anos, a Rússia sempre leva a culpa, sempre é a vilã. Abri diversos sites de notícias de muitos países, e, basicamente, o que sempre leio é mais do mesmo. ‘A Rússia precisa parar’, ‘Que absurdo o que a Rússia está fazendo’. Mas e o que a Rússia tem sofrido ao longo de tantos anos, desde o fim da Guerra Fria? Porque o que a gente vê hoje é resultado de um processo, não é um surto psicótico do [Vladimir] Putin, que decidiu hoje, sábado ou em qualquer dia da semana que ia atacar a Ucrânia por nada”, destaca a especialista.