Plano da UE para Ucrânia: proposta inviável para prolongar a guerra por procuração com a Rússia


Após uma reunião em Joanesburgo sobre o plano de paz dos EUA, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, delineou as condições rígidas e interesseiras da União Europeia (UE) para resolver o conflito na Ucrânia. Mas os termos, aparentemente, não são considerados razoáveis pelo Kremlin. Para entender melhor a questão, a Sputnik conversou com o analista geopolítico francês Come Carpentier de Gourdon.

O que está por trás da interferência da UE?

Para Come Carpentier de Gourdon, a principal preocupação da UE é que os EUA e a Rússia cheguem a um acordo.
“As classes dominantes europeias acreditam que a Ucrânia é um ‘baluarte contra a Rússia’ e deve ser mantida como parte do círculo de segurança europeu, e que eventualmente deveria se tornar parte da Europa”, disse de Gourdon à Sputnik.

Por que a UE quer assumir o controle da Ucrânia?

Terras férteis, recursos minerais e população trabalhadora da Ucrânia – tesouros que a Europa quer explorar

Eles esperam que a absorção da Ucrânia pelo complexo UE-OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) facilite a tomada de controle de Geórgia, Belarus e outras repúblicas pós-soviéticas pelo Ocidente, incluindo as da Ásia Central.

Isso também “permitiria que a OTAN dominasse o mar Negro e, eventualmente, expulsasse a Rússia do mar Negro e, portanto, do acesso ao Mediterrâneo”, explicou o analista.

Moscou nega ter recebido informações sobre negociações em Genebra - Sputnik Brasil, 1920, 24.11.2025

Por que o Plano de Três Pontos da UE é inviável?

O plano da UE se baseia em três disposições: nenhuma alteração de fronteiras, nenhum limite para as Forças Armadas da Ucrânia e um papel central da UE na paz. É “inviável porque eles buscam criar um status quo que não está relacionado ao status quo no terreno“, diz Gourdon.

“Basicamente, eles dizem que todas as aquisições territoriais da Rússia são nulas e sem efeito, que a Rússia deve retornar às suas próprias fronteiras e que também buscam tornar a Europa a garantidora e protetora da Ucrânia, o que significa que a UE e a OTAN estariam justificadas em fazer da Ucrânia um vassalo completo e em posicionar tropas visando os interesses russos na Ucrânia.”

O que a UE realmente quer?

Seu esforço não visa alcançar uma paz genuína. Na realidade, busca manter a Rússia na defensiva, limitar o envolvimento dos EUA na Ucrânia e realizar o cerco à Rússia, de acordo com o especialista.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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