A descoberta, feita na necrópole de Karabiye, na região de Karaganda, foi classificada como um dos mais importantes sítios arqueológicos da Idade do Ferro. Segundo os pesquisadores, o túmulo — identificado como Kurgan nº 1 — data dos séculos VII–VI a.C. e permaneceu intacto, algo extremamente raro, pois a maioria destes túmulos foi saqueada há séculos.
“Ao retirar as lajes de cobertura, vimos um esqueleto em posição anatômica correta, e em sua mão direita havia uma espada curta. Não tínhamos um achado assim há muitos anos”, afirmou Dauren Zhussupov, chefe do Departamento de Arqueologia do Museu Regional de História de Karaganda.
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— HeritageDaily (@HeritageDaily) November 9, 2025
O objeto, com cerca de 30 centímetros de comprimento, apresenta lâmina dupla e decoração intrincada com figuras de aves de rapina das estepes e chifres de argali — símbolos de poder e liberdade entre os povos nômades.
Os citas eram um povo nômade das estepes da Ásia Central entre os séculos VIII e III a.C. Falavam uma língua iraniana e se notabilizaram pela sua cultura de metalurgia, arte e estilo de vida militar.
O arqueólogo Arman Beissenov descreveu a arma como “uma obra-prima da metalurgia antiga”, destacando que não há registro de outro exemplar semelhante no Cazaquistão. Para ele, o achado revela o alto nível técnico e artístico dos citas. Conhecidos pelos persas como saka e pelos gregos como citas, esses guerreiros montados desenvolveram uma cultura refinada, marcada pelo simbolismo animal e pela arte em ouro e bronze.
9 de novembro, 12:37
Além da espada, os arqueólogos encontraram cinco pontas de flecha metálicas e um brinco de ouro, possivelmente pertencente ao guerreiro ou oferecido como tributo funerário. A presença de metais preciosos sugere que o homem tinha alto status social — talvez um chefe ou nobre combatente.
O túmulo de Karabiye deve passar por análises metalográficas, radiocarbônicas e antropológicas nos próximos meses, que poderão revelar a idade, a origem do guerreiro e a composição exata da liga de bronze.
Segundo os especialistas, o achado reforça o papel crescente do Cazaquistão como um dos centros mais importantes de descobertas arqueológicas da Eurásia, oferecendo uma janela inédita para a civilização cita — um elo preservado com um mundo desaparecido há mais de dois milênios.
Fonte: sputniknewsbrasil
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