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A gaúcha Damaris Vitória Kremer da Rosa, de 26 anos, morreu apenas 74 dias após ser absolvida por um júri popular, encerrando uma história marcada por prisão injusta, negligência e sofrimento. A jovem passou seis anos presa preventivamente sob acusação de envolvimento em um homicídio, mas foi considerada inocente por falta de provas.
Damaris foi detida em agosto de 2019, acusada de participar do assassinato de Daniel Gomes Soveral, ocorrido em Salto do Jacuí, no interior do Rio Grande do Sul. Segundo a denúncia, ela teria atraído a vítima ao local do crime. A defesa, no entanto, sustentou que Damaris apenas contou ao então namorado, Henrique Kauê Gollmann, que havia sido estuprada por Daniel — e que o crime foi cometido sem o seu envolvimento.
Henrique acabou condenado, outro suspeito foi absolvido, e Damaris aguardou o julgamento presa por seis anos — até ser absolvida em agosto de 2025.
Durante o período em que esteve presa, Damaris passou por quatro unidades prisionais, enfrentando condições degradantes. Em entrevista à Rádio Gaúcha, a mãe da jovem, Claudete Kremer Sott, relatou os momentos de dor e abandono vividos pela filha.
“Ela se mordia de dor”, contou Claudete, afirmando que o diagnóstico de câncer no colo do útero só foi confirmado quando a doença já estava em estágio avançado e com metástases.
Mesmo com laudos médicos e pedidos de liberdade, as solicitações de soltura foram negadas por anos. Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) informou que recebeu três pedidos da defesa e negou um deles por considerar que “os documentos apresentados eram apenas receituários médicos, sem diagnósticos ou exames”.
A prisão só foi convertida em domiciliar em março de 2025, quando Damaris já fazia tratamento oncológico e usava tornozeleira eletrônica.
Após conquistar a liberdade e limpar a ficha, Damaris passou a viver com o namorado, Allen Silva, que a acompanhou durante o tratamento. Ele lamentou a morte da jovem e criticou a demora da Justiça.
“Achamos que você participou, vamos te guardar preventivamente por seis anos. Depois de seis anos, ‘ah, realmente, você não participou, pode ir morrer em casa’. Foi isso que aconteceu”, desabafou.
Em publicações nas redes sociais, Allen compartilhou lembranças dos últimos meses ao lado da companheira — refeições no hospital, passeios na cadeira de rodas e conversas sobre livros.
“Tua partida é prematura e amarga […] Te prometi estar ao teu lado até o último segundo, e aqui estou contigo para sempre”, escreveu.
Fonte: gazetabrasil






