Da Redação
A Bronca Popular
A visita da ex-primeira-dama e presidente nacional do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, agitou o cenário político do Norte de Mato Grosso nesta sexta e sábado (1º e 2).
Recebida com entusiasmo por militantes de direita no aeroporto de Sinop, Michelle participou de um evento fechado com mulheres e, no dia seguinte, seguiu para Sorriso, onde também reuniu um público expressivo.
Entre os dois compromissos, a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de pressão de lideranças femininas ligadas ao senador Wellington Fagundes (PL), que tentaram convencê-la a declarar apoio à sua pré-candidatura ao governo do estado. A tentativa, segundo apurou a reportagem, buscava neutralizar a informação divulgada pela imprensa em 21 de outubro, de que Bolsonaro e Michelle estariam inclinados a apoiar Otaviano Pivetta em 2026.
Michelle, no entanto, manteve posição neutra. Após insistência, aceitou apenas um encontro protocolar e uma foto ao lado de Fagundes, sem qualquer declaração de apoio. Deputados como Gilberto Cattani e Elizeu Nascimento também se limitaram a discursos de exaltação a Michelle e ao ex-presidente, sem endossar a pré-candidatura de Fagundes.
Nos bastidores, aliados do senador teriam espalhado faixas com mensagens indiretas a Pivetta em pontos estratégicos de vias públicas, numa tentativa de constranger o vice-governador caso comparecesse ao evento.
A estratégia, contudo, teve pouco efeito prático diante da postura reservada e estratégica de Michelle Bolsonaro, que preferiu se manter fiel ao papel de inspiração feminina — e distante das disputas internas do PL em Mato Grosso.
O episódio em Sinop e Sorriso expôs, de forma constrangedora, o isolamento político de Wellington Fagundes dentro do próprio campo bolsonarista. Ao apostar todas as fichas em um gesto público de Michelle Bolsonaro — que nunca veio —, o senador acabou transformando sua incursão no Norte em um retrato fiel de sua fragilidade no tabuleiro de 2026.
Sem apoio do clã Bolsonaro, sem entusiasmo das bases e com aliados cada vez mais cautelosos, Fagundes navega em mar revolto, à deriva de um projeto que, a cada semana, parece mais distante da praia do poder.
Fonte: abroncapopular






