“Para o Brasil, há duas dimensões estratégicas. Primeiro, reforçar o papel do país no multilateralismo ambiental. Segundo, recentrar o debate nas pessoas, nas diferentes cosmovisões e na adaptação, e não em um balcão de negócios, crítica recorrente às COPs até a COP29. Não teremos um ganho material imediato, sabemos dos problemas de infraestrutura, mas ganhamos ao fortalecer a posição brasileira e ao tentar pautar uma nova perspectiva para as próximas COPs, reduzindo o peso dos lobbies e colocando a adaptação e as pessoas no centro”, resume.
Qual é a agenda da COP30?
‘Falta de urgência compatível com a crise climática’
“Há protecionismo e nacionalismo envolvidos. No fim, cada país busca minimizar impactos na sua economia. Cabe à mesa de negociação orientar-se pela justiça climática, considerando histórias, acumulações e perdas para não penalizar países em desenvolvimento. Todos defendem interesses; o Brasil também. Sediar a COP e buscar protagonismo ambiental tem dimensão estratégica. Não podemos ser ingênuos, mas não podemos esquecer como se deu a história do desenvolvimento global”, afirma.
Ausência de Trump na COP
Encruzilhada entre desenvolvimento e conservação
“Incentivar data centers e mineração é compreensível do ponto de vista econômico. O problema é que essas agendas têm caminhado com desregulamentação e enfraquecimento da legislação ambiental, passando a mensagem de que desenvolvimento econômico é mais importante do que a pauta ambiental. Isso não é novo: em crises, recorre-se a incentivos a veículos automotores, grandes emissores”, conclui.
Fonte: sputniknewsbrasil







