A Volkswagen Kombi é um dos carros mais populares do mundo e sua história no Brasil começa em 1950, quando as primeiras unidades chegaram da Alemanha. Três anos após, a van já era produzida em regime CKD (Completely Knocked Down) pela Brasmotor (atual Brastemp) — conhecida principalmente por representar o grupo Chrysler dos Estados Unidos. Mas foi em 1957 que a ‘perua’ inaugurou a linha de produção da Fábrica da Anchieta da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo (SP).
Robusta e de mecânica simples, a “Velha Senhora” foi o carro que mais tempo ficou em produção, exatos 56 anos ininterruptos. Com tanto tempo de estrada, a Volkswagen não deixaria de lançar uma série especial de encerramento, como é o caso desta incrível Kombi Last Edition 1.4 2013/2014. Disponível por meio da Salvajoli, o exemplar é o de número de série 1.141 de um total de 1.200 unidades produzidas, conforme revela a etiqueta fixada no painel.
Segundo o dono da loja, Evandro Salvajoli, o icônico Volkswagen ainda possui os plásticos nos bancos e todo o material original, a exemplo do certificado de autenticidade e manual do proprietário envolto por um estojo personalizado.
Já o motor da clássica perua é o de 1.390 cm³ da família EA111 e impressiona pelo inigualável estado. Parece ter acabado de sair da linha de montagem, com etiquetas de papel intactas coladas na capa da correia dentada.
“A nossa Last Edition tem apenas 3.900 km e é uma das mais novas disponíveis para venda, não só pela quilometragem, mas também pela preservação, como os pneus ainda originais”, revela.
A pedida pela série especial da Kombi é R$ 180 mil, quantia que equivale a 13% acima da tabela Fipe — R$ 158.828. Obviamente que, por ser uma edição especial de colecionador, o valor sempre tende a ser maior. Contudo, encontramos outros exemplares sendo oferecidos com quase 40% acima do preço de referência. Por outro lado, o da Salvajoli está na média encontrada nos principais sites de classificados.
Sendo assim, aos que queiram buscar um novo colecionável pouco rodado, é para se pensar bem nessa oportunidade!
A edição Last Edition da Kombi azul e branca tem inspiração nas primeiras unidades conhecidas como ‘Corujinha’. Para fugir do tradicionalismo, a versão Luxo se destacava na época por combinar a pintura saia-e-blusa, ou seja, de duas cores, o que acabou se tornando um sucesso.
Outra referência desta van especial vinha dos pneus com faixa branca, muito comuns nos modelos de outrora e que se tornaram sinônimo de status e luxo. Para combinar com este detalhe, as calotas também eram pintadas de branco.
Na parte de dentro, os bancos em vinil eram da mesma cor azul e branca. Outra peculiaridade desta série limitada vem das cortinas personalizadas que fazem menção a este acessório de pós-venda bastante popular nas Kombis. Para finalizar, uma plaqueta com o número de série de uma das 1.200 unidades produzidas está fixada bem ao centro do painel.
O único recurso tecnológico vinha do sistema de som MP3 com entradas auxiliar e USB, além do acelerador eletrônico e-gas (Electronic Gas ou gas pedal) que substituiu o sistema operado por cabo dos modelos anteriores. De resto, como é sabido, tudo é muito funcional e extremamente simples. Não há sistema avançado de climatização, tampouco ventilação forçada. Para resfriar a cabine, só recorrendo ao velho quebra-vento.
Em 2005, a Volkswagen quebrou, talvez, uma das maiores tradições de seu mais antigo carro: trocou o velho e conhecido motor boxer 1600 arrefecido a ar de 58 cv de potência. No lugar, entrou o 1.4 de quatro cilindros em linha da família EA111 com refrigeração líquida. Era o mesmo que equipou as versões do Polo e Fox destinadas para exportação, mas adaptado para a tecnologia flexível.
Por conta dessa adaptação, na Kombi, a potência conseguida foi de 80 cv no etanol e 78 cv com gasolina, enquanto que o torque ficou em 12,7 kgfm (etanol) e 12,5 kgfm (gasolina). A transmissão, por sua vez, mantinha a disposição manual de quatro marchas. Segundo a Volkswagen, com isso, a nova motorização tornou-se até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômica do que a antecessora.
O propósito era cumprir as novas e rígidas normas do Proconve, vigoradas a partir de 2006, e assim dar sobrevida ao carro mais longevo em produção da Volkswagen. Com tudo isso, a Kombi ainda sobreviveria mais sete anos.
Em 2014, com a validade das novas leis de segurança veicular, a veterana da Volks não atendia aos requisitos para adaptação dos exigidos dois airbags (motorista e passageiro) e freios ABS. Assim não teve jeito e, após mais de 1,5 milhão de unidades feitas no Brasil, a Kombi encerrou seu ciclo de vida. Hoje permanece como o veículo com o maior tempo de produção no mercado brasileiro, com direito a um exemplar no museu de São Bernardo do Campo (SP) e mais um no acervo de veículos comerciais do Grupo Volkswagen em Hannover, na Alemanha.
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Fonte: direitonews






