A confirmação foi feita nesta quarta-feira (5) pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante coletiva em Belém, onde Lula recebe líderes estrangeiros antes da COP30. Segundo o chanceler, o gesto reflete a posição histórica da diplomacia brasileira de defesa da paz e da cooperação no continente.
“É uma solidariedade regional à Venezuela. O presidente tem reiterado que a América Latina, e especialmente a América do Sul, deve ser um território de paz, sem conflitos nem intervenções”, afirmou Vieira.
O tema da crescente tensão entre Washington e Caracas deve dominar parte das discussões da cúpula Celac–UE. O encontro ocorre em meio ao aumento da presença militar norte-americana no Caribe, sob a justificativa de operações contra o narcotráfico.
Em entrevista a agências internacionais na véspera, Lula antecipou que pretende discutir o assunto com outros líderes, lembrando sua conversa recente com Donald Trump sobre a situação regional.
“Disse ao presidente Trump que a América Latina é uma zona de paz. Nunca tivemos proliferação de armas nucleares e, no caso do Brasil, a Constituição proíbe isso”, declarou o presidente.
ONU alerta sobre ataques dos EUA
Nas últimas semanas, os Estados Unidos intensificaram ataques a embarcações suspeitas na região, o que ampliou o atrito com Caracas. O governo Trump argumenta que as ações fazem parte da luta contra o narcotráfico, mas autoridades venezuelanas acusam Washington de usar o pretexto como forma de desestabilizar o governo de Nicolás Maduro.
Maduro, por sua vez, tem denunciado uma “campanha de agressão fabricada” pelos Estados Unidos, alegando envolvimento direto da CIA e afirmando que o país “está sendo alvo de uma nova tentativa de guerra”.
Os repetidos e sistemáticos ataques também levantam sérias preocupações sobre a possível prática de crimes internacionais, disseram especialistas da ONU em comunicado do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A Organização das Nações Unidas já pontuou que as ações norte-americanas representam massacres ilegais cometidos por ordem de governo sem investigação judicial ou legal que asseguraria o procedimento necessário da lei.
“A natureza repetida e sistemática desses ataques levanta sérias preocupações sobre possíveis crimes internacionais“, disseram os especialistas.
Especialistas sublinharam que todos esses ataques são cometidos contra pequenas embarcações sem tentativas evidentes de prender indivíduos ou prestar provas concretas da explicação porque eles eram alvos legítimos.
Fonte: sputniknewsbrasil







