Em documento que O Globo teve acesso com exclusividade, a administração fluminense, por meio de relatório entregue à embaixada dos Estados Unidos no Brasil, pediu para que a facção tivesse tal classificação, listando uma série de vantagens, entre elas:
facilidade para pedidos de extradição de chefes do CV refugiados em outros países, como o Paraguai;
proximidade de instituições como FBI e Interpol para combater redes de tráfico e armamento;
aumento de sanções para empresas de fachada e aliados econômicos do CV fora do Brasil.
Castro e governadores de direita de outros estados devem aumentar o coro para haver a designação, que colocaria o Comando Vermelho em uma lista na qual estão os grupos mexicano Los Zetas e venezuelano Tren de Aragua.
O governo federal, por outro lado, enxerga essa ação com pessimismo e teme que uma classificação como essa para uma facção brasileira possa colocar o Brasil na mira de Washington. Brasília vê a abertura de uma premissa para os EUA agirem no território brasileiro como têm feito no mar do Caribe, bombardeando embarcações que supostamente transportam drogas.
A Casa Branca também poderia, caso julgue necessário, retirar bancos do país do sistema internacional de pagamentos SWIFT se identificar que estes são utilizados por correntistas envolvidos em esquemas ilegais, mesmo sem provas.
Em maio, o assessor do Departamento de Estado dos EUA David Gamble veio ao Brasil para discutir a presença de organizações criminosas transnacionais e o programa de sanções norte-americanas a grupos envolvidos em terrorismo e tráfico de drogas, mas não foi recebido por nenhum representante da Polícia Federal.
Agora, existe a expectativa de que nomes da direita tentem anexar, por meio de emendas no projeto de lei antifacção do Planalto, a classificação de grupos como o Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC) como organizações narcoterroristas.
Fonte: sputniknewsbrasil







