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A Reserva Federal dos Estados Unidos reduziu nesta quarta-feira (29) sua taxa de juros de referência em um quarto de ponto, estabelecendo-a em um intervalo entre 3,75% e 4%.
Trata-se do segundo corte consecutivo no ano, em meio a um cenário de enfraquecimento do mercado de trabalho e persistente incerteza sobre os rumos da economia, agravada pela falta de dados oficiais devido ao fechamento parcial do governo.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) aprovou a medida por 10 votos a favor e dois contra. A redução coloca a taxa básica de empréstimos interbancários em torno de 3,9%, abaixo do nível anterior de 4,1%.
Com a suspensão da divulgação de estatísticas econômicas oficiais, os responsáveis pela política monetária têm se baseado em indicadores de emprego e atividade fornecidos pelo setor privado.
O objetivo do corte é reduzir os custos de financiamento para famílias e empresas diante da desaceleração na criação de empregos e do risco de uma recessão mais profunda.
Nos dois anos anteriores, a Reserva Federal elevou a taxa de juros ao nível mais alto em mais de duas décadas — chegando a 5,3% — para conter o surto inflacionário pós-pandemia. Apesar de a inflação ainda estar acima do patamar de 2% considerado saudável pelo Fed, os responsáveis veem necessário um alívio para evitar que uma política monetária restritiva prejudique ainda mais a geração de empregos.
“Buscamos um apoio temporário ao crescimento e à contratação, sem perder de vista o risco de um repique inesperado nos preços”, afirmou a Reserva Federal em comunicado.
Para o fim do ano, o Fed deixou aberta a possibilidade de novos cortes, dependendo da evolução do mercado de trabalho na ausência de dados oficiais.
Dois membros do FOMC votaram contra o corte: Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump, defendia um recuo maior, de meio ponto percentual, diante da lenta recuperação econômica. Jeff Schmid, presidente do Fed regional de Kansas City, considerou o corte prematuro e defendeu a necessidade de primeiro garantir a convergência da inflação ao alvo antes de implementar novos estímulos.
Paralelamente à redução da taxa, a Fed anunciou a suspensão da diminuição de seu balanço de ativos — cerca de US$ 6,6 trilhões após anos de contração — a partir de 1º de dezembro. A instituição havia acumulado cerca de US$ 9 trilhões durante a pandemia e a crise financeira, por meio de grandes compras de títulos do Tesouro e papéis lastreados em hipotecas, para sustentar a estabilidade financeira e reduzir o custo dos empréstimos de longo prazo.
A decisão de pausar a redução do balanço foi tomada após sinais de tensão nos mercados monetários: vencimentos não renovados de títulos estavam reduzindo as reservas dos bancos e pressionando para cima as taxas de curto prazo.
Com a medida, há alívio temporário na liquidez do sistema e facilitação do financiamento em setores como o hipotecário, embora o Fed tenha alertado que o efeito sobre créditos ao consumidor será limitado.
A paralisação na divulgação de dados do governo — sem informações sobre emprego, inflação ou gastos — complica a leitura da economia. Os dados de emprego até agosto mostram um mercado de trabalho enfraquecido, com média de apenas 29 mil vagas criadas por mês nos últimos três meses registrados. O desemprego subiu levemente para 4,3%, e recentes ondas de demissões em grandes empresas como Amazon, UPS e Target indicam riscos adicionais no curto prazo.
O presidente Donald Trump criticou publicamente Jerome Powell, presidente do Fed, pela lentidão nos cortes e pressiona por mudanças na liderança do banco central antes do término do mandato de Powell em maio.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, confirmou que o governo tem uma lista de cinco candidatos e deve tomar uma decisão até o fim do ano.
(Com informações da The Associated Press)
Fonte: gazetabrasil






