Nissan Frontier híbrida e ‘Sentra elétrico’ estão em estudo para o Brasil


Parceria entre chineses e japoneses dá certo? A união entre Nissan e Dongfeng vem provando que sim. Depois do Sentra se tornar líder no maior mercado do mundo por três anos consecutivos, as marcas desenvolveram o sedã elétrico N7 — e o que seria um carro feito “na China, para a China” agora tem chances de chegar a outros mercados, incluindo o Brasil.

Em entrevista durante o Salão de Tóquio, o mexicano Ivan Espinosa, CEO global da Nissan desde abril, afirmou que a marca japonesa pensa em “globalizar” seus carros chineses.

Em suma, a Nissan pode repetir a estratégia da General Motors, que está vendendo o Chevrolet Spark EUV, de sua parceira chinesa Wuling, no Brasil. A GM foi citada pelo próprio Espinosa como caso de sucesso no mercado mexicano. Por lá, parte da linha da Chevrolet é composta por carros feitos na China.

Para a América do Sul (e o Brasil, muito provavelmente), os planos incluem dois modelos. O sedã elétrico N7, citado acima, inclusive já apareceu rodando em testes no Brasil. Já a nova Frontier, em versão híbrida plug-in (PHEV), pode aparecer para solucionar uma questão logística e fiscal da atual geração.

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Começando pelo N7, enquanto o nosso mercado vive uma verdadeira invasão chinesa de SUVs, o plano seria aproveitar uma lacuna ainda pouco explorada: a dos sedãs elétricos. E o N7 é um dos grandes. São 4,93 metros de comprimento, 1,89 m de largura, 1,48 m de altura e excelentes 2,91 m de distância entre-eixos.

Já o seu visual é caracterizado por uma proposta futurista que foge do exagerado, com um filete de LED cortando sua dianteira e faróis que formam uma espécie de garra. A dianteira é limpa e bem ampla.

A traseira é familiar ao motorista brasileiro que conhece o BYD King. O N7 tem lanternas estreitas com um grande filete de LED, e traz o logotipo da Nissan iluminado num padrão que também se tornou comum entre as marcas chinesas. O porta-malas tem 507 litros de capacidade. Dentro, claro, uma enorme central multimídia de 15,5 polegadas e um ótimo acabamento.

É cedo para afirmar que o N7 terá futuro no mercado brasileiro. Apesar dos testes em todo o mundo e da exibição no Salão de Tóquio, a Nissan só vende este sedã na China. O objetivo desta “globalização”, na verdade, é testar a aceitação em outros mercados, como revelou o CEO.

A incógnita seria o seu preço. Considerando que o mercado brasileiro tem modelos elétricos de porte médio oriundos da Ásia na faixa dos R$ 200 mil a R$ 230 mil, o N7 poderia ocupar a mesma faixa de preço — ou até uma inferior. A reputação de Versa e Sentra pode jogar a favor da Nissan, pois são carros de tradição que foram bem aceitos pelo motorista brasileiro, embora nunca tenham se destacado em volume de vendas.

Já a Frontier chinesa, em versão híbrida plug-in poderia pintar no Brasil para complementar a gama e, eventualmente, preencher parte do espaço da opção vendida atualmente. Aqui, vale uma explicação.

A Nissan deixou de produzir a caminhonete média na Argentina. Com isso, o Brasil passou a receber a Frontier do México. Espinosa, no entanto, apontou que há uma situação específica do nosso mercado que envolve taxas e outros impostos que é necessário “buscar uma alternativa”.

O próprio CEO continua, e sugere a solução. “Poderia haver oportunidade de outro tipo de tecnologia. Então, estamos a considerar que opções temos. Não tenho nada concreto a dizer hoje sobre picape, mas é algo que estamos a analisar no detalhe”.

Quando questionado diretamente sobre a Frontier PHEV, Espinosa não se esquivou. “É uma opção que estamos a considerar. Estamos, novamente, em conjunto com o N7 que vocês viram, vendo que mercados poderiam ter este tipo de solução. Então, um pouco de paciência e já falamos mais adiante”, completou.

A Frontier PHEV até tem um nome conhecido, mas, da plataforma ao design, não há qualquer relação com a picape vendida no Brasil. Pelo lado chinês da aliança, o projeto originou a Dongfeng V9, que foi lançada no início do ano e antecipou boa parte das linhas agora vistas na caminhonete japonesa. As laterais, por exemplo, são basicamente as mesmas nos dois modelos, incluindo elementos como vincos, recortes das portas e apliques plásticos.

Segundo a Nissan, o sistema híbrido plug-in da Frontier Pro é baseado em um motor 1.5 turbo de quatro cilindros que funciona em conjunto com um motor elétrico integrado à caixa de câmbio. A potência total do sistema é de 410 cv, enquanto o torque máximo é de 81,5 kgfm. A tração é integral e a capacidade de reboque alcança 3.500 kg. A autonomia elétrica é de 135 km no padrão chinês, mas dados sobre a capacidade da bateria não foram divulgados.

Inicialmente, a produção da Frontier Pro será concentrada na China e as primeiras unidades saem das linhas de montagem agora no final do ano. Se vier, não devemos ter novidades antes de 2027. Afinal, o próximo ano será crucial para a Nissan consolidar as vendas do novo Kicks e também lançar o SUV compacto Kait. A equipe de Espinosa no Brasil terá muito trabalho daqui em diante.

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Fonte: direitonews

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