Via @ndmais | O médico Marcelo Evandro dos Santos foi condenado a cinco anos de prisão, em regime inicialmente semiaberto, por lesão corporal de natureza grave com deformidade permanente. A decisão se refere ao caso da neuropsicopedagoga Letícia Mello, que pagou R$ 83 mil por uma cirurgia plástica realizada pelo médico em Florianópolis.
Segundo Letícia, o procedimento era chamado por Marcelo de cirurgia “x-tudo”. Em fevereiro de 2024, ela foi submetida a 12 intervenções em uma cirurgia de dez horas, na qual retirou 7 kg de gordura. A paciente perdeu os dois seios, ficou 20 dias com feridas abertas e teve cicatrizes em diferentes partes do corpo.
“Estou aliviada. Sei que tem muita coisa para acontecer, mas a justiça foi feita”, afirmou Letícia ao ND Mais. Ela aguarda ainda a audiência com o CRM-SC (Conselho Regional de Medicina), marcada para 11 de novembro, para saber se o médico terá o registro profissional cassado.
Explorou a vulnerabilidade da paciente, apontam advogados
Em nota, os advogados da vítima, Ivan Luiz Fontes Sobrinho e Vanessa Fioreze Fontes, destacaram que a sentença considerou que o réu extrapolou os limites éticos da prática médica, explorou a vulnerabilidade emocional da paciente e negligenciou cuidados mínimos esperados de um profissional. Segundo a defesa da vítima, o médico também tentou contato indevido com Letícia após o ocorrido.
A decisão prevê ainda a comunicação ao Conselho Federal e aos Conselhos Regionais de Medicina para as providências administrativas cabíveis.
A reportagem tentou contato com a defesa do médico, sem retorno até o fechamento da matéria. A sentença é de primeiro grau e pode ser alvo de recurso.
Relembre o caso
Em outubro de 2024, as denúncias contra o médico começaram a vir a público. O caso de Letícia Mello deu origem ao processo. “A gente chama isso de x-tudo, em cirurgia plástica, faz barriga, peito, lipo, tudo no mesmo dia”, disse o médico em um áudio.
Marcelo Evandro dos Santos, cirurgião plástico que responde por uma série de processos 
Foto: Redes Sociais/Reprodução/ND Mais
Marcelo Santos responde a pelo menos outros oito processos envolvendo erros em cirurgias plásticas e chegou a ser condenado pela Justiça em um deles. Uma paciente também morreu após passar por um procedimento realizado pelo cirurgião, no Paraná.
Um levantamento do programa Domingo Espetacular, da RECORD, identificou que o profissional já sofreu sanções, inclusive, de órgãos reguladores, como o CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná).
Em 2015, ele foi advertido por assumir o risco de realizar uma cirurgia múltipla e de longa duração. À época, conforme o documento, ele não tinha registro para atuar como cirurgião plástico naquele estado.
Umbigo de Ana Cláudia foi movido para região acima do local original, onde ela tinha um piercing
Foto: Reprodução/ Arquivo pessoal/ ND Mais
Em nota à imprensa, o cirurgião plástico de Florianópolis alegou que, antes de cada operação, “todos os exames necessários” são solicitados para prestar “o atendimento mais personalizado e humano possível”.
Ele também citou ser membro de, pelos menos, três sociedades de cirurgiões plásticos, tanto no Brasil quanto no exterior. Assim, ele diz estar “em constante atualização”, bem como “realizando cursos de qualificação e participando de congressos voltados ao conhecimento e aprimoramento do domínio dos procedimentos em cirurgia plástica”.
‘Quando estava hospitalizada, pensava que iria morrer’
Foto: Letícia Mello/Arquivo Pessoal/Reprodução/ND Mais
Richard Vieira
Fonte: @ndmais
 
 
 
				








