Esta é uma das medidas da pasta que foram apresentadas durante reunião da Sala de Situação, criada para monitorar e coordenar a resposta nacional, que reúne órgãos federais, estaduais e municipais.
O Ministério da Saúde estruturou, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), um estoque estratégico em hospitais universitários federais e serviços do SUS com 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também publicou chamada pública para identificar fornecedores internacionais do fomepizol, medicamento específico para intoxicação por metanol, atualmente não disponível no Brasil, em resposta a ofício do Ministério da Saúde que solicitou urgência na medida.
“Com essa ação, estamos mobilizando as dez maiores agências reguladoras do mundo para que indiquem, em seus países, quais são os produtores do fomepizol”, afirmou o ministro.
O ministério oficializou pedido à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para a doação imediata de 100 tratamentos de fomepizol e manifestou intenção de adquirir outras mil unidades do medicamento por meio da linha de crédito do Fundo Estratégico da OPAS, ampliando o estoque nacional.
“Os pedidos e compras de antídotos que estamos fazendo são por precaução. Nos últimos anos, não ultrapassamos 20 casos por ano, mas temos observado um registro maior no estado de São Paulo”, disse Padilha.
O número de notificações de intoxicações por metanol subiu para 59, dos quais 11 já foram confirmados em exame laboratorial, segundo o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) e 42 estão em investigação, sendo cinco em investigação em Pernambuco e um no Distrito Federal.
Até o momento, apenas uma morte foi confirmada pelo Ministério da Saúde, em São Paulo. Outros sete óbitos são investigados, sendo cinco deles em território paulista e dois em Pernambuco.
Em coletiva, Padilha também explicou que o rapper Hungria também teve traços de metanol encontrados em um exame hospitalar. O músico, de 34 anos, está internado na UTI de uma unidade de saúde em Brasília (DF).
O ministro recomendou que a população evite destilados de origem desconhecida, especialmente líquidos incolores, cuja procedência não possa ser confirmada.
“Se estiver em um bar, não aceite bebidas de desconhecidos e tente verificar a procedência. Isso é ainda mais importante neste momento”, afirmou Padilha.
A intoxicação por metanol afeta o sistema nervoso central, causando confusão mental, convulsões e até coma. É possível também afetar o nervo óptico, deixando a visão turva e levando a cegueira irreversível. Os primeiros sintomas costumam surgir 12 horas após a ingestão.
O etanol farmacêutico é administrado de forma controlada, intravenosa ou oral, conforme necessidade clínica. O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) ou as secretarias de saúde solicitam a manipulação do produto quando necessário.
O Brasil conta com 32 CIATox, centros de referência em toxicologia para orientação, diagnóstico e manejo de intoxicações, além de apoio à toxicovigilância e à ingestão de risco químico.
Fonte: sputniknewsbrasil