À repórteres, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Mohammed Al-Ansari, afirmou que a cúpula representa a unidade dos países árabes islâmicos.
“Esta cúpula de emergência em Doha não é uma cúpula sobre dependência, mas uma mensagem ao mundo inteiro de que, como países árabes e islâmicos, rejeitamos qualquer agressão e afirmamos que a causa palestina permanecerá central até que o povo palestino recupere seus plenos direitos.”
Dentre os presentes estavam os líderes da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman; Irã, Masoud Pezeshkian; Turquia, Recep Tayyip Erdogan; e Egito, Abdelfattah al-Sisi.
“Amanhã, pode ser a vez de qualquer capital árabe ou islâmica”, disse Pezeshkian, cujo país travou uma guerra de 12 dias contra Israel em junho. “A escolha é clara. Precisamos nos unir.”
A sessão reuniu quase 60 países para articular uma resposta à Israel após sua agressão ao Catar, país que atuava como mediador do conflito israelo-palestino. Juntos, eles emitiram uma declaração final.
Segundo o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Jasem Mohamed Al Budaiwi, os países esperam que os Estados Unidos pressionem Israel a rever sua política.
Já o secretário secretário-geral da Liga dos Estados Árabes, Ahmed Aboul Gheit, destacou que o texto encoraja os países a reconsiderarem suas relações diplomáticas e econômicas com Israel.
Além dessas medidas, os países da OIC, CCG e da Liga Árabe: também:
Reforçam que a paz no Oriente Médio só será alcançada com a resolução da questão palestina;
Se opõem as ações israelenses para desalojar palestinos;
Rejeitam o uso da retórica islamofóbica por Israel para continuar sua expansão pela Palestina;
Apelam à comunidade internacional para participar da reconstrução de Gaza;
Pedem a interrupção do fornecimento de armas para Israel;
Coordenarão esforços para suspender Israel da Organização das Nações Unidas.
“Apelamos a todos os Estados para que tomem todas as medidas legais e eficazes possíveis para impedir que Israel continue suas ações contra o povo palestino: apoiar os esforços para acabar com sua impunidade, responsabilizá-los por violações e crimes, impor sanções contra eles e suspender o fornecimento de armas e munições a eles”, diz a declaração.
O ataque ao Catar, visto como um dos principais interlocutores da região, só complica o processo de mediação para encerrar a guerra de Gaza.
“Tal agressão contra um local neutro para mediação não apenas viola a soberania do Catar, mas também prejudica o processo internacional de mediação e pacificação”, afirma o documento.
Fonte: sputniknewsbrasil