“É uma demanda da economia brasileira, social e popular, porque as pessoas mais pobres no Brasil pagam muito imposto e os ricos praticamente não pagam“, disse o parlamentar à Sputnik Brasil.
Correia também afirmou que a votação de um projeto como o do Imposto de Renda permite que a Câmara dos Deputados vivencie hoje um “clima de que é preciso recuperar a imagem” da Casa, após a repercussão negativa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que ficou conhecida nacionalmente como PEC da Blindagem.
Em relação aos percalços na tramitação do projeto e às mudanças feitas no texto pelo Legislativo, o deputado do PT comentou que há o risco de uma “armadilha bolsonarista”.
“Pode haver armadilhas colocadas pelo bolsonarismo e pelos deputados que defendem os mais ricos, que eles querem fazer a isenção da compensação. Ou seja, a parte de cima não pagaria a mais o que é cobrado no projeto do presidente Lula.”
A reforma na cobrança do imposto é uma das bandeiras do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Inicialmente, o texto propunha a isenção para quem ganha até R$ 5 mil e descontos para quem ganha até R$ 7 mil. A parcela, entretanto, foi ampliada com descontos para quem ganha até R$ 7.350, com o texto do relator do projeto da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL).
Anistia fora da ordem do dia
Perguntado sobre a anistia entrar em pauta hoje ou durante a semana, o deputado descartou a possibilidade.
Na semana passada, o relator do Projeto de Lei (PL) da Anistia, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), chegou a sugerir que as propostas estariam interligadas, que uma não poderia ser votada sem a outra. “O presidente Hugo Motta [Republicanos-PB] já descartou isso, pautou o projeto do Imposto de Renda, e nada de pautar a anistia”, completou Correia.
O deputado prevê que o PL da Anistia, além de ficar fora da ordem do dia, pode não ir à frente.
“O Paulinho da Força, que foi o relator designado para essa matéria, já está sendo chamado aqui de ‘Paulinho da Brocha’. Vai ficar com a brocha na mão, porque não vai entrar na pauta essa questão de anistia e dosimetria”, diz.
Conforme acrescentou, as discordâncias entre anistia e diminuição da pena percebidas no próprio núcleo interessado no projeto no Legislativo podem minar o avanço da proposta.
“Os próprios bolsonaristas não querem dosimetria. A única coisa que interessa para eles é a anistia do Bolsonaro, porque, se o Bolsonaro não vai preso, ele consegue ser candidato. Como isso não vai acontecer, para eles não interessa a dosimetria, porque ele continuaria preso sem ser candidato. E eles querem continuar com a bandeira da anistia.”
Fonte: sputniknewsbrasil