Desde que a Stellantis começou a ensaiar o lançamento do Avenger no Brasil, muito se falou sobre a coexistência do SUV compacto com o veterano Renegade. Não à toa, as discussões ficaram mais acaloradas agora que o futuro rival de Volkswagen Tera, Renault Kardian, Fiat Pulse e Citroën Basalt teve sua produção confirmada no país.
Muitos comentam que Avenger e Renegade têm porte similar e, por isso, não conseguiriam coexistir no Brasil. Autoesporte conheceu o primeiro na Itália, durante visita a uma concessionária Stellantis em Milão, e pode afirmar que tal argumento é infundado.
Mesmo sem saber quais são as dimensões dos modelos, dá para notar que o Jeep Avenger é mais, digamos, acanhado que o Renegade. Na revenda, os dois SUVs estavam perto um do outro e a diferença, neste caso, fica ainda mais latente.
Duvida? Vamos aos números. Feito sobre a plataforma CMP, o Jeep Avenger tem 4,08 metros de comprimento, 2,56 m de entre-eixos, 1,53 m de altura e 1,77 m de largura. Já o Renegade tem 4,27 m de comprimento, 2,57 m de entre-eixos, 1,69 m de altura e 1,80 m de largura.
Além das dimensões, temos nuances em termos de acabamento. Enquanto o Renegade tem uma pegada mais premium, o Avenger, mesmo em suas opções mais caras, conta com cabine mais simples.
Temos mais plástico áspero ao toque no caso do futuro rival do Volkswagen Tera e do Renault Kardian. O Renegade, por sua vez, tende a oferecer materiais mais suaves na forração das portas e na parte superior do painel. O Avenger até apresenta texturas e materiais distintos, bem como iluminação ambiente capaz de garantir certo aspecto premium. Suas versões mais caras, inclusive, têm algum requinte, mas ainda assim ficam atrás do parente.
O Jeep Renegade, por sua vez, oferece mais espaço na traseira para cabeça e pernas que o Avenger. Desse modo, a viagem é mais confortável no primeiro, especialmente para pessoas mais altas. No entanto, o esquema “dois adultos e uma criança” se aplica perfeitamente para os dois SUVs.
O espaço para os ombros do Renegade é superior e os bancos acomodam pessoas de tamanhos e pesos distintos de modo mais adequado. Enquanto isso, o Avenger abraça o conceito de compacto, o que resulta em menos conforto principalmente em jornadas mais longas.
Já no porta-malas temos uma grata surpresa. O Avenger tem, na Europa, capacidade que varia de 355 a 380 litros, contra 351 litros do Renegade. Por aqui, vale lembrar, este último acomoda 320 l no padrão VDA. In loco, de fato, parece que o futuro lançamento da Jeep se dá melhor nesse quesito. Tanto na configuração elétrica, quanto na híbrida.
Justamente por essas diferenças ante ao Avenger que o Renegade seguirá firme e forte no catálogo da Jeep no Brasil. Sua terceira reestilização será lançada por aqui no ano que vem, e virá com opção híbrida leve inédita. O sistema de 48 Volts vem associado ao motor 1.3 turbo e ao câmbio automatizado de dupla embreagem E-DCT.
A tecnologia, bom frisar, é a mesma do Avenger europeu. No velho continente, porém, tem como aliado o motor 1.2 PureTech, três-cilindros turbo, a gasolina, que entrega 100 cv. Aqui terá o mesmo 1.3 do Renegade.
Vale dizer ainda que o Jeep Renegade deverá ganhar uma segunda geração. A própria Stellantis já deu pistas sobre o projeto, indicando que o modelo ficará maior, mais tecnológico e terá, pela primeira vez, versão elétrica. A estreia, caso ocorra, está prevista para acontecer depois de 2027.
No mercado brasileiro, o Renegade continua desempenhando papel importante para a Jeep, sendo rival direto de Volkswagen T-Cross, Hyundai Creta, Chevrolet Tracker e companhia. Mesmo com a chegada do Avenger, o veterano SUV continuará em oferta por aqui.
Em resumo, o Jeep Avenger ficará posicionado um degrau abaixo do Renegade. Portanto, será a nova opção de entrada no portfólio da marca da Stellantis no país. Um SUV pouco mais compacto e com pegada pouco mais urbana que o seu parente. Desse modo, a empresa pretende brigar em segmento que cresce com certa velocidade no país.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Fonte: direitonews
