“A situação dos reféns daria a esse governo, na impressão deles, uma carta-branca para agir com força militar, atravessando as fronteiras e soberanias dos Estados, pelo menos ali da região, ao arrepio do direito internacional. Ou seja, a situação dos reféns, que é uma situação gravíssima do ponto de vista humanitário, daria um cheque em branco para Israel solapar, derrubar o direito internacional, que tem como pilares a soberania e a não intervenção.”
“[O ataque] mostra, claramente, uma falta de compromisso do governo Netanyahu com a paz, efetivamente. Você tem no Catar um país que é um interlocutor próximo de Israel na região para poder — por mais que ninguém venha defender um grupo terrorista como o Hamas, mas, infelizmente — negociar com esse grupo. […] Ao atacar o Catar, ele coloca os próprios reféns em risco porque um acordo de paz seria para salvar os reféns.”
“O país mais desestabilizador do Oriente Médio é o Estado de Israel. É o país que tem menos interesse em uma situação de paz. […] É o país que mais amplia o seu território, é o país que realiza guerras, é o país que já cometeu limpeza étnica, é responsável pelo crime de apartheid — agora está cometendo genocídio contra uma população —, realiza ataques sistemáticos, viola a soberania de vários países da região. Não passa um mês sem que algum país do Oriente Médio — não estou nem considerando a Palestina aqui — seja violentamente atacado pelo Estado de Israel.”
Caso pode escalar para uma guerra regional?
Fonte: sputniknewsbrasil