“Parte dessa sociedade tem, sim, uma bandeira que diz respeito ao maior alinhamento com o Ocidente […] existe também, a presença de inúmeros atores ocidentais entre a sociedade, não somente na iniciativa privada, mas também uma série de atores sociais, como as famosas ONGs”.
O factoide da ameaça russa
“A Sérvia também é uma espécie de ponte entre o espaço euroatlântico e o espaço russo, ou russo-eurasiano. Então, para a China, para a Rússia, por exemplo, ela representa, para além dessa importância em termos de transporte, ela representa também um ponto de contato com a Europa Ocidental”, disse Makio.
“Cada vez mais, o governo vem se desgastando para conseguir manter essa política conciliatória […]. É de se questionar até onde esse governo vai ter condições de continuar fazendo essas concessões e manter ambos os lados dentro da sua agenda de política externa”, comentou a pesquisadora.
‘Efeito Kosovo’
“Ele traz atalhos para debates socioeconômicos, então muitas vezes o que acontece é que em debates sobre a situação doméstica que dizem respeito à defesa, que dizem respeito à economia, toda vez que o tópico Kosovo entra na mesa, ele tem um peso que diz respeito à soberania do Estado”, declarou ela.
‘Mais perguntas que respostas’
“A cada dia se torna uma interrogação cada vez maior, porque a Sérvia tem um histórico já de colaboração estratégica com a Rússia, e eles têm uma questão cultural eslava muito forte, de irmandade eslava. Por outro lado, tem toda aquela questão da Sérvia estar querendo entrar na União Europeia”, comentou.
“Os próprios movimentos, grupos que estão ali mobilizados nesse contexto têm desacordos muito grandes entre quem eles entendem que deveria vir depois de uma possível queda do regime”, disse Maika. “Seria derrubar o governo para instituir uma nova espécie de crise”, concluiu a especialista.
Fonte: sputniknewsbrasil