Os adoçantes artificiais, muito usados como alternativas ao açúcar em bebidas, podem trazer mais prejuízos ao organismo a longo prazo do que os açucares naturais. A afirmação vem uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, que foi publicada na revista científica JCI Insight em setembro.
Os pesquisadores apontam que começar a consumir produtos diet na adolescência pode trazer prejuízos à memória e retardar o metabolismo, levando também a um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 com o passar dos anos. Os adoçantes são responsáveis ainda por fazer o paladar perder parte da sensibilidade ao açúcar.
De acordo com os cientistas, o consumo prolongado de bebidas e alimentos adoçados artificialmente e a perda da sensibilidade ao sabor doce faz com que as pessoas aumentem cada vez mais o consumo de substâncias industrialmente adoçadas.
“Apesar de nossas observações não indicarem, necessariamente, que as pessoas devem parar de consumir alimentos dietéticos de baixa caloria, elas devem acender um alerta para o consumo diário. Especialmente em adolescentes e jovens adultos, porque podem trazer prejuízos a longo prazo”, afirmou Scott Kanoski, professor da Universidade da Califórnia do Sul e co-autor do estudo, na divulgação do trabalho.
Como a pesquisa foi feita
A equipe de estudiosos realizou um experimento com ratos de laboratório para observar os impactos dos adoçantes. Eles deram aos animais doses moderadas de água dulcificada com diferentes substitutos do açúcar, como sacarose, acesulfame de potássio e stévia. Um grupo separado de roedores bebeu apenas água e ração.
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Depois de um mês, quando os ratos haviam se tornado adultos, os autores do trabalho realizaram dois testes diferentes para avaliar a memória dos animais. Eles identificaram que o grupo consumidor de adoçantes teve dificuldade para passar nas avaliações em comparação aos outros roedores.
De acordo com os pesquisadores, a análise é importante para revelar que mesmo em poucas quantidades, os adoçantes trazem prejuízos com o passar do tempo. Eles explicam que pesquisas sobre adoçantes artificiais geralmente envolvem o consumo além do que é aprovado pela agência de saúde.
“Nós arquitetamos nosso estudo para ser o mais próximo ao cenário real, com o consumo médio das substâncias por humanos. Usamos isso para identificar se os efeitos eram característicos de um dulcificante específico ou se eram comuns a vários deles”, apontaram os autores.
Os pesquisadores planejam investigar se é possível reverter os efeitos prolongados da ingestão de produtos dietéticos e como o consumo desses alimentos influencia as preferências alimentares com o passar dos anos.
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