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Um estudo de longo prazo publicado na revista Nature Aging revelou que hábitos alimentares baseados em carnes vermelhas, ultraprocessados e bebidas açucaradas estão associados ao desenvolvimento mais rápido de demência, doenças cardíacas e outras enfermidades crônicas.
A pesquisa acompanhou, por até 15 anos, quase 2.500 idosos que participaram do Estudo Nacional de Envelhecimento e Cuidados de Kungsholmen, na Suécia. A média de idade inicial era de 71 anos, sendo pouco mais da metade mulheres. Ao longo do período, os voluntários responderam questionários sobre seus padrões alimentares, que foram comparados a diferentes modelos de dietas reconhecidas pela ciência.
Dieta saudável reduz doenças
Os resultados mostraram que pessoas que seguiam padrões alimentares semelhantes à dieta mediterrânea — rica em frutas, vegetais, grãos integrais, oleaginosas, leguminosas, azeite de oliva e peixe — apresentaram significativamente menos doenças crônicas. Em média, quem manteve dietas mais saudáveis chegou ao final do acompanhamento com duas a três doenças a menos do que aqueles com os piores hábitos alimentares.
Além da dieta mediterrânea, outros modelos analisados, como a MIND (focada na saúde cerebral e inspirada na dieta mediterrânea e na DASH) e o Índice Alternativo de Alimentação Saudável (AHEI), também se mostraram eficazes na redução da chamada multimorbidade — a soma de doenças crônicas ao longo da vida.
Entre as condições avaliadas estavam doenças cardiovasculares, demência, Parkinson, depressão, diabetes e câncer. A dieta, no entanto, mostrou pouca influência sobre problemas musculoesqueléticos, como artrite e osteoporose.
Maior impacto em mulheres e idosos acima dos 78 anos
Segundo o coautor Adrián Carballo-Casla, pesquisador do Centro de Estudos sobre Envelhecimento do Instituto Karolinska, os dados reforçam o papel fundamental da alimentação no envelhecimento saudável. “Nossos resultados mostram como a dieta é determinante no desenvolvimento da multimorbidade em populações idosas”, destacou.
Os efeitos protetores foram especialmente visíveis em mulheres e em pessoas com 78 anos ou mais, reforçando que mesmo em idades avançadas é possível obter benefícios significativos a partir de uma alimentação equilibrada.
Alerta para impacto dos ultraprocessados
O estudo se soma a um crescente corpo de evidências que relacionam o consumo de alimentos ultraprocessados ao aumento de doenças crônicas. Pesquisas recentes já haviam apontado que esses produtos representam mais da metade da dieta no Reino Unido, contribuindo para milhares de mortes prematuras todos os anos.
Atualmente, a demência atinge uma em cada 11 pessoas acima dos 65 anos no Reino Unido, e a previsão é que mais de um milhão de britânicos convivam com a condição até 2030. Globalmente, o número de casos deve triplicar até 2050, alcançando 150 milhões de pessoas.
Com o envelhecimento populacional, especialistas reforçam que melhorar a qualidade da dieta pode ser um dos caminhos mais eficazes para reduzir o avanço de doenças relacionadas à idade e aumentar a longevidade com qualidade de vida.
Fonte: gazetabrasil