Montadoras prometem acelerar produção de híbridos e até elétricos no Brasil


Encerrando o 2º Summit Futuro da Mobilidade, promovido pela Autoesporte e Valor Econômico, com patrocínio da Stellantis e o apoio da Renault e da Shell, o painel “Como planejar o futuro da eletromobilidade e do carro no Brasil diante do novo cenário tarifário mundial” discutiu o desafio da indústria em planejar estratégias de médio e longo prazo, além de descarbonizar a frota brasileira, diante dos novos cenários tarifários e de relações comerciais do Brasil com a China, Estados Unidos e União Europeia.

O debate, mediado pela jornalista Marli Olmos, repórter especial do Valor Econômico, teve as participações de Ariel Montenegro, presidente da Renault do Brasil, Diego Fernandes, COO da GWM Brasil, Emanuele Cappellano, CEO da Stellantis para a América do Sul (dona das marcas Fiat, Jeep, Ram, Peugeot, Citroën e Leapmotor), e Santiago Chamorro, presidente da General Motors (dona da Chevrolet) na América do Sul.

Os mandatários iniciaram o painel enfatizando que as fabricantes de automóveis precisam se ajustar a cada mercado onde atuam. De acordo com Emanuele Cappellano, da Stellantis, “para sermos competitivos, não podemos basear nossos produtos às volatilidades do mercado, da cadeia de suprimentos, entre outros fatores”, explicando que os modelos do grupo são desenvolvidos conforme as peculiaridades da região.

“Os nossos produtos fabricados no Brasil são pensados para atender a América do Sul, pois 30% da nossa produção é destinada à exportação”, segundo Ariel Montenegro, presidente da Renault do Brasil.

Para Diego Fernandes, COO da GWM Brasil, “a globalização é importante para reduzir a nossa dependência do mercado chinês, que é muito competitivo, com mais de cem marcas locais atuando. Além de atender o mercado local, a produção no Brasil será um ponto de exportação para outros mercados”, explicou. No entanto, o executivo ponderou que “a fábrica que inauguramos recentemente tem capacidade para 50 mil carros por ano, o que é pouco para os planos da GWM no Brasil e na América do Sul”.

Diante dos desafios inerentes à região, Santiago Chamorro, presidente da General Motors na América do Sul, concluiu o tema dizendo que “é preciso se mexer para atender às demandas [locais]”.

+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte.

Para atender os novos padrões das leis de emissões brasileiras, a indústria tem apostado no etanol como fonte energética isenta de carbono e de menor custo de produção em relação à eletricidade. Para Cappellano, que considera fabricar modelos elétricos da chinesa Leapmotor no Brasil, “o etanol é um ponto forte para o Brasil, uma vez que os motores flex atendem à demanda de descarbonização e a produção do combustível é relativamente barata”.

Estreante na indústria local, a GWM confirmou que terá uma linha de veículos flex a partir do primeiro semestre de 2026, segundo o COO da marca no Brasil, Diego Fernandes, que, posteriormente, confirmou que a tecnologia será aplicada tanto à família Haval H6 quanto ao jipe 4×4 Tank 300.

O chamado “imposto do pecado”, que será votado pelo Senado para sobretaxar setores que impactam a sociedade, foi um dos pontos mais criticados pelos executivos das montadoras. Todos foram enfáticos ao concordarem que a aprovação desse tributo afetará o desenvolvimento da indústria local.

“Esse imposto vai afetar a demanda e prejudicar a renovação da frota brasileira por modelos mais modernos dotados de tecnologias que ajudam a reduzir as emissões”, explicou Cappellano, presidente da Stellantis na América do Sul.

Santiago Chamorro, da GM, disse que “o setor está sendo comparado a setores que trazem danos reais à sociedade”, sem citar essas categorias. “Estamos investindo bilhões de reais no país e seremos punidos com essas taxas”. “Difícil entender o sentido desse imposto, que pode desacelerar o desenvolvimento do setor”, acrescentou Fernandes, da GWM.

“O Brasil é um dos países que ainda não se recuperaram dos impactos da pandemia. Ainda temos uma taxa de juros elevada e alto índice de inadimplência, entre outros fatores, que têm dificultado a recuperação do setor”, concluiu Ariel Montenegro.

O novo presidente da Renault prometeu que, “até o fim deste ano”, a empresa anunciará a segunda fase de sua transição rumo a uma sociedade com a chinesa Geely no Brasil, anunciada em fevereiro deste ano. Segundo ele, o projeto prevê a produção de veículos híbridos e elétricos da Geely na fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR).

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores Indenização de R$ 1 milhão: Falas foram 'jocosas', mas não são racismo, diz advogada de Bolsonaro
Próxima Andrea Bocelli e Karol G cantam “Vivo por Ela” em concerto histórico no Vaticano