A segunda edição do Summit Futuro da Mobilidade, uma iniciativa da Autoesporte e do Valor Econômico realizada nesta sexta-feira (26), em São Paulo (SP), abordou uma série de temas relacionados à sustentabilidade da indústria, iniciativas de descarbonização e os desafios da eletromobilidade no Brasil e no mundo.
O evento, que contou com o patrocínio da Stellantis e o apoio da Renault e da Shell, foi dividido em quatro painéis e reuniu especialistas e lideranças do setor automotivo brasileiro para debater soluções a respeito do futuro da mobilidade. “Não dá para debatermos o desenvolvimento da sociedade sem abordar termos relacionados à mobilidade e descarbonização”, destacou Maria Fernanda Delmas, diretora de redação do Valor Econômico e marcas segmentadas.
O primeiro debate teve como tema “Programa Mover e as estratégias do Brasil para tornar a indústria e a frota de veículos mais sustentáveis”, discutido por Igor Calvet, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e Ricardo Bastos, presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), com a mediação de André Paixão, editor-chefe de Autoesporte.
No painel foi debatido como os novos programas do governo federal podem fomentar as vendas de veículos no futuro. De acordo com Calvet, “trabalhar incentivos às montadoras substituindo veículos velhos por modelos novos dotados de tecnologias de descarbonização tanto na produção quanto no próprio veículo”.
O presidente da Anfavea destacou que a frota circulante atual, que é de 48 milhões de veículos, em 2040 será de aproximadamente 70 milhões de unidades. “Temos de cuidar da renovação dessa frota, mas priorizando a redução da emissão de carbono”. O executivo ainda destacou que o “futuro da mobilidade será baseado no uso de diversas fontes energéticas. O foco é descarbonizar, o que muda é a estratégia de cada empresa”.
Segundo Ricardo Bastos, “os eletrificados vão superar os 200 mil emplacamentos em 2025, podendo chegar a 220 mil unidades no final do ano”. De acordo com o presidente da ABVE, a previsão do setor é sempre de crescimento.
Bastos ressaltou que o perfil do usuário de veículos eletrificados mudou nos últimos anos. Se antes as vendas estavam concentradas em consumidores que buscavam adquirir novidades, “atualmente a maioria dos clientes é racional, que possui placas de geração de energia solar em casa para a recarga desses veículos”. Segundo o executivo, cerca de 80% do mix de consumidores de veículos eletrificados no Brasil é formado por donos de carros híbridos plug-in (a bateria pode ser recarregada em fontes externas).
Atualmente, cerca de 11% dos emplacamentos mensais são de veículos híbridos. “Estamos falando de aproximadamente 20 mil unidades por mês. A indústria brasileira não ficará para trás na transição energética”, destacou Igor Calvet.
Manter os preços dos carros num patamar competitivo é um dos principais desafios da indústria. Para Ricardo Bastos, a escala de produção pode ser a solução para viabilizar a popularização da eletrificação.
“A indústria tem que se conscientizar que o consumidor quer mais tecnologia, e a escala produtiva será essencial para otimizar os custos [de produção]”, fazendo uma comparação com a obrigatoriedade dos airbags e dos freios com ABS, em 2014, quando a medida do governo levantou discussões sobre o aumento dos preços dos carros novos vendidos no Brasil.
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Fonte: direitonews