Enquanto até pouco tempo atrás com R$ 100 mil era possível colocar um bom carro novo na garagem, hoje, a faixa de preço abrange uma lista de opções bem mais enxuta. No entanto, grandes marcas do setor automotivo ainda oferecem modelos populares pelo valor.
A Volkswagen, por exemplo, tem três representantes de peso nesse patamar: Polo, Saveiro e Virtus. Aproveitando o impacto do programa Carro Sustentável, que zerou o IPI de veículos nacionais e ajudou a movimentar a tabela de preços desde julho, a marca posiciona seus modelos de entrada (hatch, picape e sedã), como opções estratégicas para quem busca custo/benefício.
Pensando nisso, Autoesporte mostra o que cada um deles oferece nessa faixa de valor. Vale lembrar que o artigo faz parte do Especial Carros de R$ 100 mil, onde reunimos 14 opções de compras com tolerância de até R$ 10 mil para cima ou para baixo do valor mencionado. Confira:
O Polo Track nasceu como versão de acesso, com foco em clientes que buscam um hatch robusto, simples e de fácil manutenção. Logo se tornou o queridinho dos motoristas de aplicativo. Com o programa Carro Sustentável, o modelo teve o preço reduzido de R$ 92.660 para R$ 87.845, mantido até o fechamento desta edição.
A variante Track representa a maior parte dos 70.155 licenciamentos do Polo de janeiro a julho deste ano. No configurador da VW, o próximo passo no portfólio é a versão Sense, de R$ 107.990. Há ainda a 170 TSI (R$ 107,8 mil), voltada ao canal corporativo, e a Highline (R$ 131.650), que não se enquadra em nosso especial por extrapolar o teto de preço.
O Polo Track vem com motor 1.0 MPI aspirado de 84 cv e 10,3 kgfm aliado a um câmbio manual de cinco marchas. Não espere grande desempenho: são necessários intermináveis 16 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Ao menos o consumo é contido: com gasolina, faz 13,5 km/l na cidade e 15,7 km/l na estrada.
Já as opções Sense e 170 TSI, consideravelmente mais caras, vêm equipadas com motor 1.0 turbo de até 116 cv e 16,8 kgfm. A diferença é justificada pelo câmbio: a primeira versão tem caixa automática de seis marchas; a segunda, manual de cinco. No consumo, as marcas são parecidas: a Sense faz 13,1 km/l na cidade e 16,1 km/l na estrada, e a 170 TSI chega a 13,9 km/l e 16,3 km/l, na mesma ordem.
Mesmo na configuração mais enxuta, o Polo tem quatro airbags, assistente de partida em rampa e direção elétrica. Nas mais completas há central multimídia, painel digital e faróis de LED. Em todas o espaço interno é bom, o acabamento é razoável e o porta–malas acomoda 300 litros.
A Saveiro é a grande responsável por consolidar a Volkswagen no segmento de picapes compactas nos anos 1980. A linha atual mantém a tradição ao oferecer robustez, versatilidade e capacidade de carga adequadas para o trabalho.
A valente picape, contudo, já demonstra certo desgaste — tanto que a Volkswagen a substituirá em 2026 pelo projeto que atende pela alcunha de Udara. Trata-se de uma picape intermediária, com porte de Chevrolet Montana, que chegará para brigar com a Strada e, ao mesmo tempo, com a Toro, ambas da Fiat. Assim, a Saveiro como conhecemos está perto do adeus.
Mas nem por isso ela se dá por vencida. A picape mantém número sólido de vendas. Ainda que longe das 75.592 unidades da Strada licenciadas até julho, a Saveiro, mesmo desatualizada, tem respeitáveis 34.843 emplacamentos no acumulado. Como esperado, 94% das vendas foram para empresas.
Mesmo assim, a picape recebeu belo desconto promocional na versão Robust CS, equipada com motor 1.6 MSI de até 116 cv e câmbio manual de cinco marchas. De R$ 109.490, a Volkswagen vende a Saveiro de entrada por R$ 88.687 — desconto de mais de R$ 20 mil. Como comparação, a Strada mais barata ultrapassa R$ 110 mil, ficando de fora do especial.
A Saveiro Robust CS traz suspensão reforçada e caçamba com 924 litros de capacidade, além de carga útil de 664 kg. Tais números fazem dela uma ferramenta de trabalho confiável. No quesito segurança, nada além do que a lei obriga: airbags frontais, controles de estabilidade e tração e assistente de rampas.
De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, a picape compacta faz 11,2 km/l na cidade e 12,9 km/l na estrada com gasolina. Os números são inferiores aos da Fiat Strada Endurance Cabine Plus — 13 km/l e 14,7 km/l.
A versão de entrada do Volkswagen Virtus, Sense TSI, é a única que se encaixa na nossa régua de R$ 110 mil. Com preço tabelado em R$ 108.990, tem como foco frotistas e motoristas de aplicativos que buscam baixo custo de manutenção sem abdicar de espaço interno e porta-malas grande.
O sedã compacto traz motor 1.0 TSI flex de três cilindros que entrega até 116 cv de potência e 16,8 kgfm de torque. O câmbio é manual de cinco marchas. A combinação garante bom desempenho no anda e para das cidades, mas também não peca na estrada. As médias de consumo são razoáveis: 13,2 km/l na cidade e 15,8 km/l na estrada, sempre com gasolina.
Apesar da proposta mais racional, o Virtus Sense tem atributos que chamam a atenção, como o porta-malas de 521 litros, um dos maiores da categoria. O espaço interno (com entre-eixos de 2,65 metros) também merece destaque, especialmente no banco traseiro, onde adultos viajam com conforto superior ao de rivais diretos.
Como comparação, o Fiat Cronos (também presente neste especial) supera o rival, por pouco, no porta-malas, com 525 litros, mas perde feio no espaço interno, com seu entre-eixos 13 cm mais curto.
Além da superioridade no quesito espaço, o Volkswagen Virtus tem lista de equipamentos composta de direção elétrica, ar-condicionado, vidros e travas com acionamento elétrico, painel de instrumentos digital de 8 polegadas e seis airbags. O pacote cobre bem as principais exigências de segurança e oferece certa conveniência. O acabamento, todavia, é básico, com predominância de plásticos rígidos, ásperos ao toque e de aparência incompatível com o preço do carro.
Se você quiser um Virtus mais completo ou com câmbio automático, vai precisar investir mais. Há outras cinco versões na gama. A configuração de topo, Exclusive, que é a única com motor 1.4 turbo, chega aos nada módicos R$ 168.490.
O Virtus é o sedã compacto mais vendido no Brasil, com 21.035 unidades emplacadas até julho deste ano. Entre os sedãs, de forma geral, fica atrás apenas do Toyota Corolla com seus 21.566 licenciamentos.
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Nota de transparência: Autoesporte mantém uma parceria comercial com lojas parceiras. Ao clicar no link da varejista, Autoesporte pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação. Os preços mencionados podem sofrer variação e a disponibilidade dos produtos está sujeita aos estoques. Os valores indicados no texto são referentes a setembro de 2025.
Fonte: direitonews