Auroras em planeta errante revelam segredos sobre atmosferas e evolução planetária (IMAGEM)


Um estudo publicado na revista Astronomy & Astrophysics investigou o planeta errante SIMP-0136, com o objetivo de compreender melhor a formação e evolução de planetas sem estrela. A pesquisa se concentrou na composição atmosférica, temperatura e auroras desse objeto celeste, oferecendo pistas valiosas sobre processos atmosféricos em mundos extrassolares.
Utilizando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), os cientistas analisaram SIMP-0136, localizado a cerca de 20 anos-luz da Terra. Com 12,7 vezes a massa de Júpiter e 1,2 vez seu raio, o planeta possui rotação rápida de 2,4 horas, o que permitiu observações detalhadas. Modelos computacionais complementaram os dados obtidos, ampliando a compreensão sobre sua dinâmica atmosférica.
© Foto / Trinity College Dublin, Universidade de Dublin/Dr Evert NasedkinImpressão artística do mundo extrassolar, SIMP-0136

Impressão artística do mundo extrassolar, SIMP-0136 - Sputnik Brasil, 1920, 29.09.2025

Impressão artística do mundo extrassolar, SIMP-0136
Uma das descobertas mais notáveis foi a presença de inversão térmica: a atmosfera é mais fria na superfície e mais quente em altitudes elevadas, o oposto do que ocorre na Terra. Essa característica incomum foi atribuída à influência das auroras, que aquecem as camadas superiores da atmosfera do planeta errante.
Além disso, os pesquisadores identificaram uma cobertura constante de nuvens em SIMP-0136, diferente da variabilidade observada na Terra. Essas nuvens são compostas por grãos de silicato, semelhantes à areia, em vez de água ou gelo, o que reforça a singularidade da atmosfera do planeta.
Normalmente, asteroides — como o representado neste conceito artístico — se originam do cinturão principal de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter, mas uma pequena população de objetos próximos à Terra também pode vir da superfície da Lua após serem ejetados para o espaço por um impacto - Sputnik Brasil, 1920, 17.09.2025

Segundo o dr. Evert Nasedkin, as medições realizadas são algumas das mais precisas já feitas em objetos extrassolares. As variações de temperatura observadas, inferiores a 5 °C, indicam a presença de tempestades atmosféricas semelhantes à Grande Mancha Vermelha de Júpiter, revelando uma dinâmica complexa e ativa.
O estudo complementa uma pesquisa anterior publicada em março de 2025, que já havia detectado nuvens e variações químicas, mas sem identificar suas causas. Agora, com a confirmação do papel das auroras e da inversão térmica, os cientistas avançam na compreensão dos mecanismos atmosféricos desses corpos celestes.
Desde sua descoberta em 2000, os planetas errantes intrigam os astrônomos por não orbitarem estrelas. Estima-se que existam bilhões ou trilhões deles na Via Láctea, embora a chance de um adentrar o Sistema Solar seja mínima. O Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, previsto para 2027, poderá refinar essas estimativas e abrir caminho para novas descobertas sobre esses mundos misteriosos.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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