Já não é segredo para ninguém que o Fiat Grande Panda comercializado na Europa servirá de base para o futuro hatch da marca que será produzido na fábrica da Stellantis em Betim (MG) a partir de 2026. Não à toa, o compacto feito sobre a plataforma Smart Car já causa frisson entre consumidores e imprensa especializada.
Autoesporte publicou duas avaliações em texto sobre o legítimo herdeiro do Uno — uma de sua variante elétrica e outra sobre a opção híbrida. No entanto, ainda não tínhamos feito um vídeo com o tão aguardo modelo. Este, portanto, é o nosso primeiro registro audiovisual do Fiat Grande Panda.
Gravamos o compacto em Balocco, campo de provas da Fiat na Itália. No vídeo, falamos sobre todas as características do Grande Panda na Europa e também, claro, o que ele terá (e o que não terá) no Brasil.
Aperte o play no vídeo abaixo e confira!
O Fiat Grande Panda tem 3,99 metros de comprimento (mesmo número do predecessor, o Argo) e 2,54 m de entre-eixos — medida idêntica ao do C3. Para isso há explicação: o modelo, conforme já comentamos, é feito sobre a plataforma Smart Car. A arquitetura é uma simplificação da CMP, a mesma do modelo da marca de origem francesa.
Tanto é que o Grande Panda tem elementos no exterior similares aos do C3. Mesmo assim, tem suas particularidades. A carroceria cheia de arestas nos remete, claro, ao Uno. E isso não é uma coincidência, já que os veículos têm histórias que se entrelaçam.
No interior há mistura parecida. Temos características do Citroën C3, obviamente, mas o Panda tem identidade própria. Quadro de instrumentos de 10 polegadas e central multimídia de 10,25” são emoldurados por uma moldura oval que presta homenagem à lendária pista de testes que fica no terraço da antiga fábrica da Fiat em Lingotto.
O acabamento do Grande Panda europeu tem plástico, mas conta com materiais distintos ao toque e até mesmo ecológicos. As peças são bem montadas e os detalhes em amarelo, bem como o teto preto, dão ao carrinho um ar de robustez, elegância e jovialidade. Espere, contudo, nível pouco abaixo no Brasil e elementos distintos. A manopla do câmbio, por exemplo, será diferente.
Em termos de espaço, vale dizer que o Grande Panda é “tímido”. Todavia, o banco traseiro acomoda dois adultos e uma criança com alguma tranquilidade. Pouco mais, até, que o Fiat Argo. Quanto ao Mobi, então, não há comparação.
Dirigimos em Balocco a versão híbrida leve do Grande Panda. O sistema de 48V combina um pequeno propulsor elétrico de 29 cv e 5,6 kgfm — montado junto ao câmbio automático — a um propulsor 1.2 turbo a gasolina de três cilindros, que desenvolve 101 cv e 20,9 kgfm. Juntos, entregam 110 cv de potência.
Vale frisar que a parte elétrica do Grande Panda europeu será a mesma do Jeep Commander nacional, que também será lançado no Brasil em 2026. É um sistema que consegue, ao menos por alguns metros, movimentar o carro em modo elétrico. Todavia, atua mais como um agregador de potência.
O Fiat Grande Panda terá outras opções de motorização no Brasil. Como se trata de sucessor do Argo, deverá ficar na faixa dos R$ 100 mil e virá com propulsor 1.0 Firefly de até 75 cv de potência e 10,7 kgfm de torque. O grande chamariz, contudo, será o T200 de até 130 cv e 20,4 kgfm de torque aliado ao sistema híbrido leve de 12V que equipa Fastback, Pulse e os Peugeot 208 e 2008.
Desse modo, podemos esperar que o hatch terá opções com câmbio manual de cinco marchas e transmissão do tipo CVT com sete marchas simuladas. Em suma, virá com os já conhecidos conjuntos da Stellantis em nosso mercado.
A Fiat espera que o Grande Panda seja o carro de passeio mais vendido do Brasil. Hoje, o Volkswagen Polo é dono desta glória. Caso os anseios da marca se tornem realidade, a italiana terá os dois veículos mais comercializados do país — isso porque a Strada é, indiscutivelmente, líder entre comerciais leves e no ranking geral.
Mas será que o nosso Grande Panda terá o que é suficiente para desbancar o Polo? Pelo menos alma de Fiat Uno ele tem. Ou seja, capacidade para vender como pão quentinho pela manhã há de sobra no caso do hatch compacto.
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Fonte: direitonews