O presidente russo, Vladimir Putin, condecorou com a Ordem da Amizade o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim.
O decreto de concessão da honraria foi publicado no site oficial de informações jurídicas da Rússia. Segundo o texto, a condecoração é uma retribuição pelos esforços do diplomata para o fortalecimento dos laços entre os países.
“Por sua contribuição significativa para o fortalecimento e desenvolvimento das relações amistosas entre a Federação da Rússia e a República Federativa do Brasil, a Ordem da Amizade é concedida a Celso Luiz Nunes Amorim, assessor especial da República Federativa do Brasil para Assuntos Internacionais.”
A relação de Amorim com a Rússia
Desde que foi alçado ao posto de assessor especial da presidência para assuntos internacionais, em 2023, Amorim tem se dedicado à aproximação do Brasil com a Rússia como forma de consolidar a multipolaridade.
O assessor presidencial e ex-ministro da Defesa e das Relações Exteriores é também vocalmente contrário às sanções econômicas impostas à Rússia. Para ele, esse instrumento não é capaz de solucionar conflitos, quaisquer que sejam.
Em entrevista à mídia alemã, Amorim explicou que as sanções prejudicam mais a Europa Ocidental do que a própria economia russa, que tem apresentado crescimento, mesmo sob essas restrições.
O embaixador também é um defensor da inclusão de Moscou nas negociações de paz do conflito ucraniano. Em abril de 2023, por exemplo, ele viajou à Rússia para discutir o conflito, sendo recebido por Putin, com quem teve uma reunião que durou cerca de uma hora.
“A paz só será encontrada pelo diálogo. E o diálogo envolve, necessariamente, as duas partes”, defendeu em declaração exclusiva à Sputnik em maio de 2024.
Em 2024, inclusive, ele visitou a Rússia diversas vezes. Em abril, Amorim viajou a São Petersburgo para participar da reunião do Conselho de Segurança da Rússia sobre combate ao terrorismo. O embaixador aproveitou a viagem para se reunir com o chanceler russo, Sergei Lavrov, onde discutiram, além do conflito ucraniano, a a cooperação no BRICS e na ONU.
Na ocasião, ele afirmou que a ascensão do Sul Global foi “um dos mais significativos eventos dos últimos 25 anos”. “Ainda assim, a governança global não reflete essas transformações”, criticou.
“Paz em um mundo multipolar requer uma robusta e legítima ordem legal, com leis internacionais, e não uma ordem baseada em regras da sua fundação”, afirmou Amorim na reunião.
Em setembro de 2024, Amorim voltou a São Petersburgo e a Moscou para cumprir agendas preparatórias para a Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, que nesse ano foi realizada em Kazan, Rússia. As conversas, também com Lavrov, focaram na relação bilateral dos dois países e na coordenação estratégica para as cúpulas do BRICS e do G20.
Em maio deste ano, ele esteve entre os integrantes da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que viajou à Rússia para as comemorações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra pela Pátria, em Moscou.
Na ocasião, Amorim foi apresentado por Lula como um “velho amigo” de Putin, durante uma reunião da comitiva brasileira com o presidente russo.
Fonte: sputniknewsbrasil
