Segundo os organizadores, o local, um dos principais cartões-postais da capital paulista, foi escolhido pela visibilidade — já que inclusive serve de pano de fundo para um dos mais assistidos telejornais paulistanos — e pelo tráfego da região, que está conectado com a marginal Pinheiros.
“Nosso objetivo é romper o bloqueio midiático e mostrar ao mundo a solidariedade do povo brasileiro com a resistência palestina”, declarou um dos ativistas.
O trecho permite que o tráfego vindo das avenidas Bandeirantes, Washington Luís e 23 de Maio acessem a importante marginal Tietê com mais fluidez, bem como a rodovia Castelo Branco e Anhanguera.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) a ponte recebe 8 mil veículos por hora e a marginal Pinheiros, logo abaixo, registra cerca de 610 mil veículos por dia, até 25 mil por hora.
A manifestação marca 43 anos do massacre de Sabra e Chatila, ocorrido em 1982, quando milhares de palestinos refugiados no Líbano foram assassinados por milícias falangistas libanesas, com a cumplicidade do exército israelense e apoio dos Estados Unidos e de outros países.
O episódio ocorreu após a invasão israelense no Líbano, que sitiou Beirute por semanas com intensos bombardeios, resultando na morte de cerca de 18 mil palestinos e libaneses. A evacuação da OLP para a Tunísia, mediada pelos EUA, deixou refugiados indefesos diante da ofensiva da Falange, grupo aliado de Israel.
Documentos apontam que o então ministro da Defesa, Ariel Sharon, e o comando militar israelense acompanharam a operação, chegando a iluminar a região com sinalizadores para facilitar a ação das milícias.
A Comissão Kahan considerou Sharon “indiretamente responsável” e recomendou sua saída do Ministério da Defesa. Anos mais tarde, ele ainda viria a ocupar o cargo de primeiro-ministro de Israel.
A atual situação em Gaza se caracteriza por uma intensificação da ofensiva israelense, com invasões terrestres centradas na Cidade e bombardeios que têm provocado elevado número de vítimas civis, deslocamentos maciços da população e uma crise humanitária grave.
A Organização das Nações Unidas (ONU), entre outras entidades internacionais, já alertou para riscos de fome, colapso de infraestrutura de saúde e comunicações, além de acesso restrito a ajuda humanitária.
O governo russo criticou abertamente as ações de Israel, denunciando o que chama de “punição coletiva” da população civil de Gaza, advertindo que planos escalonados de ocupação podem agravar ainda mais a crise humanitária.
Moscou tem exigido cessar-fogo imediato, o desbloqueio de ajuda humanitária irrestrita, a libertação de reféns e manifestado preocupação de que a expansão militar israelense poderá desestabilizar toda a região.
Fonte: sputniknewsbrasil