O Fiat Cronos mudou de visual e ficou mais equipado na linha 2026. Mesmo assim, segue ocupando o cargo de sedã mais barato do Brasil, com preços que vão de R$ 106.990 a R$ 119.990 em suas quatro versões disponíveis no portfólio. Seus principais rivais são Chevrolet Onix Plus, Honda City, Hyundai HB20S e Volkswagen Virtus.
O sedã compacto oferece duas opções de conjunto mecânico. O primeiro é o 1.0 Firefly de 75 cv de potência e 10,7 kgfm de torque, sempre aliado ao câmbio manual de cinco marchas. Mas, também há o motor 1.3 Firefly de 107 cv e 13,7 kgfm, disponível com a transmissão manual ou automática do tipo CVT que simula sete marchas.
Autoesporte testou o Fiat Cronos Precision 1.3 automático, configuração topo de linha do modelo, e agora separa cinco razões que justificam a compra e outras cinco que fazem o consumidor pensar duas vezes. Confira!
Vamos começar por um dos principais destaques do Cronos: o porta-malas. É um dos maiores da categoria com seus 525 litros de capacidade, no padrão VDA. Portanto, se você tem família grande ou leva muita bagagem, o sedã compacto com certeza vai ser uma boa opção. Ainda mais frente aos principais concorrentes, que perdem nesse quesito.
No mercado brasileiro, o que mais se aproxima é o Volkswagen Virtus, que tem 521 litros. Mas, os outros rivais acabam ficando bem para trás, como Honda City (519), Hyundai HB20S (475) e Chevrolet Onix Plus (469).
Dentro da reestilização de meia-vida, o Fiat Cronos trouxe novos ares em termos de design, com uma grade reformulada com desenhos tridimensionais e para-choque mais retilíneo. No entanto, a novidade que chamou a atenção foi que as versões mais caras do sedã, finalmente, ganharam faróis de LED e assinatura diurna pontilhada, item bastante esperado por compradores. Enquanto isso, as configurações de entrada continuam tendo faróis halógenos.
As médias de consumo são outro grande chamariz do sedã compacto com motor 1.3 Firefly e câmbio automático CVT. Em nossos testes, com o modelo abastecido com gasolina e ar-condicionado ligado, os números ficaram em 11,1 km/l na cidade e 15,7 km/l na estrada. Números, inclusive, bem próximos registrados pelo Inmetro.
Durante o período de teste, fiz uma breve viagem com o Cronos para Peruíbe, litoral sul de São Paulo, e posso dizer que o carro é sim bastante econômico. No trajeto, cheguei a fazer 16 km/l. Para se ter uma noção prática, quando comecei o trajeto, o tanque de 45 litros estava cheio e, na volta, ainda estava na metade.
Como dissemos, a versão mais cara, Precision, tem motor 1.3 Firefly ligado ao câmbio automático do tipo CVT que simula sete marchas. Apesar de fazer um pouco de ruído em altas velocidades, a transmissão tem boas relações para um carro com proposta urbana, mantendo o motor em uma boa rotação. As marchas são mais longas, algo que justifica a economia de combustível e refletem em uma condução confortável, sem trancos.
O Fiat Cronos não foi o grande vencedor do Qual Comprar 2025 da Autoesporte, posição ocupada pelo Hyundai HB20S. Porém, é um destaque quando o assunto é manutenção. Tanto o motor 1.0 quanto o 1.3 Firefly são confiáveis e tem baixo custo de revisão. Afinal, a falta de um turbo faz com que o conjunto seja mais simples. As cinco primeiras, por exemplo, custam R$ 4 mil cravados para as versões mais baratas. Já a versão mais cara tem valor de R$ 4.723.
Apesar do bom comportamento do câmbio, o motor 1.3 Firefly deixa a desejar quando o motorista busca por um desempenho mais dinâmico. O Cronos atende bem a vida urbana, porém, na estrada, as retomadas são mais lentas, ainda mais em velocidades mais altas. Senti essa falta de força, principalmente, na mudança de 80 para 100 km na rodovia Imigrantes. O argumento se reforça no 0 a 100 km/h de 12,5 segundos divulgado pela marca.
E se você está se perguntando se existe a possibilidade do Cronos adotar um turbo, já adianto que será muito difícil. A Fiat já testou algumas vezes o sedã com um conjunto turbinado, mas os planos não foram adiante.
Fato é que o Fiat Cronos é fruto de um projeto antigo e parou no tempo quando o assunto é segurança, seu calcanhar de Aquiles. Na linha 2026, o modelo não recebeu nenhuma melhoria, mesmo com a queixa de alguns donos. A lista inclui recursos como controle de estabilidade e tração e assistente de partida em rampa, mas nada de assistência ao motorista (ADAS).
No entanto, a maior falha do sedã da Fiat está nos airbags — e te explico o porquê. Lá em 2022, a marca retirou os airbags laterais do sedã, algo válido até hoje para todas as versões. Agora, na linha 2026, a versão Precision voltou a ter quatro bolsas de ar. Contudo, ainda fica atrás dos rivais que oferecem seis airbags de série. Importante dizer que as opções mais básicas falham ainda mais, com apenas duas bolsas.
Fora isso, o Fiat Cronos zerou no teste de segurança do Latin NCAP. A entidade de segurança resumiu a estrutura do habitáculo como instável e sem capacidade para suportar cargas maiores.
E não é só na segurança que o Cronos peca, mas também em tecnologia. O sedã não é mal equipado, de fato. Porém, considerando os rivais da categoria, fica para trás em conforto e conveniência.
Todas as versões trazem a pequena central multimídia de 7” que, embora seja intuitiva, tem poucas funcionalidades. Na linha 2026, ganhou a tão desejada conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, o que ajuda bastante no dia a dia. Mesmo assim, o painel de instrumentos continua analógico com uma pequena tela TFT bastante simples. A configuração topo traz uma singela saída USB, ou seja, sem a do tipo C. Em resumo, oferece menos no segmento.
Outro ponto que incomoda (muito) no Fiat Cronos é o acabamento. É um modelo mais barato, portanto, tem bastante plástico rígido na cabine, mesmo na versão topo de linha, que tenta se salvar com os bancos que imitam couro. Contudo, falta sofisticação nos detalhes e as peças mal encaixadas desagradam bastante.
Por fim, enquanto a capacidade do porta-malas é boa, o espaço interno do sedã compacto já não é tanto. Nas medidas, o Cronos tem 4,36 metros de comprimento, 1,73 m de largura, 1,51 m de altura e 2,52 metros de entre-eixos.
O túnel central é recuado e o assoalho elevado, o que deixa o espaço para os joelhos menor. O resultado disso é que pessoas mais altas (de 1,80 m para cima), não vão ficar confortáveis na segunda fileira. Ainda sim, há bom espaço para os ombros.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Fonte: direitonews