Estudo descarta ‘mundos aquáticos’ e reduz chances de oceanos em planetas maiores que a Terra


Durante anos, cientistas acreditaram que planetas maiores que a Terra e menores que Netuno poderiam formar oceanos sob atmosferas de hidrogênio ao migrarem para perto de suas estrelas. Esses mundos, chamados de planetas hiceanos, seriam compostos por grandes quantidades de água, com potencial para abrigar vida.
No entanto, um novo estudo liderado por Caroline Dorn, da ETH Zurique, contesta essa hipótese. A equipe modelou a evolução de sub-Netunos e concluiu que a formação deste tipo de oceanos é altamente improvável. A análise incluiu interações químicas entre magma e atmosfera, algo ignorado em estudos anteriores.
A pesquisa surge após alegações sobre o exoplaneta K2-18b, que teria sinais de sulfeto de dimetila — um possível biomarcador — detectados pelo Telescópio Espacial James Webb. A descoberta gerou entusiasmo sobre a possibilidade de vida, mas análises independentes consideraram as evidências frágeis e alertaram para atmosferas densas e hostis nesses planetas.
Normalmente, asteroides — como o representado neste conceito artístico — se originam do cinturão principal de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter, mas uma pequena população de objetos próximos à Terra também pode vir da superfície da Lua após serem ejetados para o espaço por um impacto - Sputnik Brasil, 1920, 17.09.2025

Dos 248 planetas simulados, nenhum apresentou camadas significativas de água. Mesmo os que começaram com gelo abundante terminaram com menos de 1,5% de sua massa como água próxima à superfície. O hidrogênio e o oxigênio tendem a se ligar a metais e silicatos, sequestrando a água nas profundezas do planeta.
Aaron Werlen, coautor do estudo, reforça que a água superficial remanescente é mínima. Além disso, os planetas com atmosferas mais ricas em água não se formaram longe de suas estrelas, como se pensava, mas sim mais próximos, onde a água surgiu por reações químicas entre hidrogênio atmosférico e oxigênio da rocha derretida.
Essas descobertas têm implicações importantes para a astrobiologia. Se não existem planetas hiceanos, os ambientes mais promissores para a água líquida — e a vida — podem estar em planetas rochosos menores, semelhantes à Terra, e não em sub-Netunos envoltos por atmosferas espessas.
Apesar disso, o K2-18b continua sendo um objeto de estudo relevante. Como um sub-Netuno comum na galáxia, ele pode ajudar a entender a formação de sistemas planetários.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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