O Detran de São Paulo está começando a colocar em prática uma nova tecnologia para identificar veículos com histórico de multas acumuladas no estado. Baseado em mecanismos de inteligência artificial e análise de dados, o sistema foi desenvolvido para prever comportamentos de motoristas infratores e, dessa forma, atuar como uma nova ferramenta de fiscalização. Os resultados, inclusive, já estão sendo colhidos.
É o caso do Chevrolet Astra hatch azul, modelo duas portas, que foi recolhido recentemente pelo órgão na região de Pinheiros. O modelo acumulava nada menos que R$ 160.600 em multas e aproximadamente 602 infrações. Segundo as autoridades, o montante representa dez vezes o valor de mercado do próprio carro.
Para piorar, o veículo estava em péssimo estado de conservação e representava por si só um risco à segurança no trânsito. Os policiais identificaram que o condutor não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação), sequer era proprietário do carro e o licenciamento estava vencido há 12 anos.
Antes do Astra, outro modelo da Chevrolet, dessa vez um Corsa 2005, também foi apreendido. Segundo o Detran, somava 229 multas e pelo menos R$ 123 mil em débitos. Além disso, foi recolhida uma Montana, ano 2015, com 434 infrações e mais de R$ 101 mil em multas (mais que o dobro de seu preço de mercado). O motorista, novamente, sequer tinha habilitação.
Segundo o Detran-SP, a nova ferramenta de fiscalização com inteligência artificial funciona a partir do cruzamento de informações sobre endereços, horários e locais de maior incidência de infrações. Com a identificação desses padrões, as operações de fiscalização passam a ser realizadas com maior previsibilidade sobre o comportamento do infrator.
O projeto começou a ser implementado na capital de São Paulo e em breve será expandido para todo o estado. Para tornar a fiscalização mais estratégica e contínua, os veículos com maior número de infrações serão identificados e listados a cada três meses, tomando como base o monitoramento de autuações registradas anteriormente.
Fonte: direitonews