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Imagens de satélite recentes mostram a aproximação de uma frota da Marinha dos Estados Unidos de águas próximas à Venezuela. O movimento acontece em meio a um aumento das tensões entre a administração de Donald Trump e o regime de Nicolás Maduro.
O crescente desdobramento militar no Caribe segue uma série de operações navais americanas oficialmente destinadas a combater o narcotráfico na região e tem provocado fortes reações em Caracas.
No final do mês passado, os Estados Unidos mobilizaram ao menos oito navios de guerra e um submarino para o leste do Caribe. A frota inclui destróieres como o USS Sampson, USS Gravely e USS Jason Dunham, além do navio de combate litoral USS Minneapolis-Saint Paul, conforme análise de imagens captadas pelos satélites Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia, realizada pela revista Newsweek.
Também se encontram na região o porta-helicópteros USS Iwo Jima, os navios anfíbios USS San Antonio e USS Fort Lauderdale, e o submarino USS Newport News, embora a localização deste último não tenha sido confirmada. A Força Aérea americana também enviou patrulhas marítimas P-8A Poseidon e transportes militares C-17.

O Pentágono confirmou a operação marítima, realizada em conjunto com equipes da Guarda Costeira e aviões de patrulha. (COPERNICUS)
O reforço naval dos EUA ocorre em um contexto de escalada política e militar. Na terça-feira, 2 de setembro, o presidente Donald Trump anunciou publicamente que um ataque de fuzileiros navais americanos contra uma embarcação na região resultou em onze mortos, que foram vinculados à gangue Tren de Aragua. Washington acusa a gangue de transportar drogas da Venezuela para o território americano. “O governo de Maduro está por trás dessas operações de narcotráfico”, declarou o presidente.
O coronel Chris Devine, do Departamento de Defesa, confirmou a operação. “Os destróieres USS Jason Dunham, USS Gravely, USS Sampson e equipes da Guarda Costeira já se encontram na região”, afirmou.
A Casa Branca justificou o movimento citando uma ordem executiva assinada em janeiro, que designa organizações criminosas latino-americanas como terroristas, incluindo o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa, do México.
Em resposta, Nicolás Maduro mobilizou tropas e reforçou as posições militares nas costas e fronteiras venezuelanas. “Esta terra pertence aos venezuelanos, e não haverá traidor nem império que possa tocar e profanar o solo sagrado que os libertadores deixaram”, declarou Maduro na quarta-feira. Ele ainda afirmou ter “fé inabalável na vitória” e prometeu dar a ordem de resistência armada em caso de qualquer ataque militar estrangeiro.

As imagens mostram a presença de destróieres, submarinos e porta-helicópteros dos Estados Unidos a poucos quilômetros do território venezuelano. (MizarVision)
Análise e riscos da escalada
Especialistas consultados pelo The New York Times e pela Newsweek alertam para os riscos de uma escalada regional. Jimmy Story, ex-embaixador dos EUA em Caracas, disse que usar grandes recursos militares para interceptar embarcações de narcotráfico é como “usar um lança-chamas para cozinhar um ovo”. Brett Erickson, especialista em sanções internacionais, alertou que a combinação de táticas policiais e opções militares “levanta dúvidas sobre a escalada, a proporcionalidade e as consequências a longo prazo”.
Os analistas concordam que uma invasão militar direta à Venezuela é improvável, devido às restrições do direito internacional e à ausência de uma declaração formal de guerra no Congresso americano. No entanto, consideram que a operação busca enviar uma mensagem contundente no Caribe e aumentar a pressão sobre o regime de Maduro.
Questionado sobre futuras ações, o Pentágono não deu declarações adicionais. Enquanto isso, o governo venezuelano permanece em alerta máximo, mantendo suas forças armadas mobilizadas.
Fonte: gazetabrasil