“A imposição das sanções europeias criou obstáculos às empresas dos Estados-membros da UE de atuar diretamente com o mercado russo. Não impede, porém, que essas relações se deem de maneira triangulada, engajando com outros países como desvios estratégicos para países que não estão sob sanções europeias e mantêm relações regulares com a Rússia”, afirma.
“Em 2022, a UE aprovou e publicou sua Bússola Estratégica para a Segurança e a Defesa, que já apontava para a necessidade do desenvolvimento de autonomia estratégica para o bloco nessas áreas. A dependência com relação à OTAN, porém, e a superposição de responsabilidades deixou muito clara a dependência da Europa com relação à primazia militar dos EUA”, afirma.
“O bloco europeu precisa mostrar, tanto para dentro quanto para fora, que segue alinhado ao eixo atlântico”, afirma.
“O plano de cortar até 2027 as importações de gás russo foi anunciado em tom de ‘independência estratégica’, mas na prática substituiu uma dependência por outra: a do gás natural liquefeito dos EUA. A ascensão de Trump […] reacendeu o temor de que Washington use a energia como instrumento de pressão política. Isso cria um cenário de vulnerabilidade real para o continente.”
Fonte: sputniknewsbrasil