Expansão do gás russo à China ameaça liderança energética dos EUA, diz mídia


A ampliação do fornecimento de gás natural russo à China, incluindo o futuro gasoduto Força da Sibéria 2, pode transformar o mercado mundial de GNL e atrapalhar os planos de Washington de se tornar o principal fornecedor global de energia, diz a análise.

“Em seu primeiro dia de mandato, o presidente Donald Trump prometeu estabelecer o domínio energético dos EUA no mundo. Sete meses depois, esse objetivo está sob ameaça, quando o maior importador do mundo [a China] demonstra sua força econômica e geopolítica”, destaca a publicação.

Estação de transporte de gás exportado de Krasnodar, Rússia (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 29.06.2025

Segundo cálculos da agência, os novos acordos podem permitir que a Rússia exporte para a China volumes equivalentes a mais de 40 milhões de toneladas de GNL por ano — mais da metade do total importado pelo país asiático em 2024.
Como os EUA só conseguem vender gás em forma liquefeita devido à distância dos grandes mercados, a medida representa um desafio direto. A Bloomberg lembra ainda que, em meio ao conflito comercial, Pequim não compra GNL americano há mais de seis meses.
Usina nuclear Taishan em Taishan, província de Guangdong, China, 17 de junho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 22.08.2025

“Considerando que a China é o maior importador de GNL, essa expansão colocará o mercado de gás liquefeito de cabeça para baixo. É um fator extremamente negativo para projetos de GNL atualmente em discussão”, disseram analistas da consultoria Bernstein à Bloomberg.
A empresa projeta que, até o início da década de 2030, o gás russo poderá suprir até 20% da demanda chinesa, contra os atuais 10%.
Outros especialistas ressaltaram que o anúncio das novas parcerias ocorre em um momento estratégico de tensões comerciais entre Pequim e Washington. “Assim, a China pode estar sinalizando que no futuro não precisará mais de GNL americano. Essa perspectiva pode causar alvoroço na Casa Branca e nas empresas dos EUA que desenvolvem projetos de GNL”, escreveu a Bloomberg.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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