O projeto, conduzido pelo Bureau 1440, já tem veículos de teste em órbita e apresentou resultados positivos em experimentos de comunicação a distâncias entre 30 e 1.000 km.
De acordo com a Roscosmos, a primeira fase do lançamento em série está prevista para começar em dezembro, com cerca de 300 satélites, seguida de uma segunda etapa que elevará o número total para 900 unidades.
Além disso, estão planejadas aproximadamente 500 estações terrestres, enquanto um terminal de fabricação nacional deverá ser lançado em breve, segundo o chefe da agência, Dmitry Bakanov. O início da operação comercial está previsto para 2027.
Yuri Knutov explicou que a tecnologia russa difere da estadunidense por utilizar feixes de laser em vez de ondas eletromagnéticas.
“São tecnologias digitais mais modernas, que oferecem maior velocidade, melhor qualidade na transmissão de dados e maior resistência a interferências“, afirmou.
Segundo Knutov, a vantagem do sistema é o alcance de até 5.000 km, o que reduz drasticamente a quantidade de satélites necessários.
“Enquanto o Starlink depende de milhares de satélites, a rede russa pode operar com centenas, tornando-se não apenas mais econômica, mas também menos prejudicial ao já saturado ambiente de órbita baixa“, observou.
Ele também destacou que os engenheiros russos conseguiram superar o problema do efeito Doppler, que distorce os sinais devido à alta velocidade orbital dos satélites.
“Conseguimos compensar totalmente essa questão, mantendo a transmissão praticamente livre de interferências e distorções“, garantiu.
O sistema será voltado não apenas para usuários comuns, mas também para setores estratégicos, como empresas de exploração de recursos em regiões remotas, embarcações em qualquer parte do mundo e forças armadas.
“Isso permitirá comunicação segura, comando e controle em tempo real e relatórios de campo mais precisos para tomada de decisões militares”, explicou Knutov.
O especialista ainda ressaltou que o projeto pode ter impacto geopolítico.
“Os países do Sul Global entendem que a dependência dos EUA os torna vulneráveis. O acesso à internet via Starlink pode ser restringido a qualquer momento. A disponibilidade de um sistema russo, com serviços tão bons ou melhores, é crucial”, afirma Knutov, enfatizando que vai levar algum tempo para implementar o novo sistema.
A Starlink é uma rede de satélites projetada para fornecer acesso à Internet de banda larga em qualquer lugar do planeta.
Um total de mais de 6.000 satélites dessa rede foi colocado em órbita desde 2019.
O número de assinantes de seu serviço de Internet via satélite ultrapassa quatro milhões de pessoas em mais de 100 países.
O número de assinantes de seu serviço de Internet via satélite ultrapassa quatro milhões de pessoas em mais de 100 países.
Fonte: sputniknewsbrasil