Um fragmento de cerâmica com rosto humano esculpido, datado de cerca de 5.000 anos, foi encontrado na região central da Turquia. A peça foi encontrada em Gokhoyuk, um monte pré-histórico na província de Konya, e revela aspectos simbólicos e rituais das primeiras civilizações da Anatólia.
O artefato apresenta traços faciais detalhados, como olhos amendoados e nariz proeminente, e foi identificado durante escavações lideradas pelo professor Ramazan Gunduz, da Universidade Selçuk. Segundo ele, a cerâmica provavelmente fazia parte de um recipiente cerimonial usado em práticas espirituais, além de funções cotidianas.
Konya’da yaklaşık 5 bin yıllık “insan yüzlü” çömlek parçası bulundu. pic.twitter.com/uP1XaY3Xed
— BPT (@bpthaber) September 16, 2025
Uma peça de cerâmica de 5.000 anos com um “rosto humano” foi encontrada em Konya
A peça remonta ao início da Idade do Bronze, embora sua datação exata dependa de análises de radiocarbono. Gokhoyuk, onde foi encontrada, é um dos sítios arqueológicos mais relevantes da Anatólia Central, identificado inicialmente na década de 1950 por James Mellaart, famoso por seu trabalho em Çatalhoyuk.
Após escavações entre 2002 e 2005, o sítio permaneceu inativo por quase duas décadas, sendo retomado em 2023 pelo Ministério da Cultura e Turismo da Turquia. Com apoio local, a região se tornou um centro ativo de pesquisa, revelando milênios de ocupação humana na Planície de Konya.
A cerâmica com rosto humano se destaca pela preservação e simbolismo. Segundo Gunduz, os habitantes de Gokhoyuk atribuíam significado ritual aos objetos, transformando utensílios em instrumentos espirituais e a prática de decorar vasos com traços antropomórficos reflete tradições ligadas a fertilidade, ancestralidade e ciclos sazonais.
Além da cerâmica, foram encontrados estatuetas de animais, selos, pontas de flechas de obsidiana e machados de pedra polida, indicando uma comunidade com produção artesanal sofisticada e práticas sociais complexas. As ferramentas revelam usos diversos, como caça, marcenaria e construção.
Gunduz acredita que o sítio arqueológico de Gokhoyuk se tornará um centro de referência em estudos pré-históricos já que é único por preservar uma sequência contínua de ocupação desde o Neolítico até a Idade do Ferro.
Fonte: sputniknewsbrasil