Lavrov diz que Moscou quer seguir em negociações com a Ucrânia e cita realidades territoriais


“Por iniciativa do presidente russo Vladimir Putin, foram retomadas negociações diretas entre Rússia e Ucrânia. Três rodadas ocorreram em Istambul, durante as quais houve certo progresso em questões humanitárias: troca de prisioneiros de guerra e detidos, devolução de corpos de mortos, entre outros. Além disso, cada lado apresentou sua visão sobre as condições para o fim do conflito. Os chefes das delegações estão em contato direto. Esperamos que as negociações sejam continuadas”, declarou em entrevista ao jornal indonésio Kompas.
O ministro destacou que a resolução pacífica da crise na Ucrânia continua sendo prioridade para a Rússia e ainda que lembrou que, pouco após o início da operação militar especial, Kiev solicitou conversas com Moscou, o que foi atendido prontamente.

“Os encontros ocorrerem entre fevereiro e abril de 2022, primeiro em Belarus e depois na Turquia. Até foram celebrados acordos para a conclusão pacífica do conflito, mas o regime de Kiev, seguindo conselhos de seus patrocinadores ocidentais, recusou assinar o tratado de paz e optou por continuar o conflito”, afirmou Lavrov.

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Novas realidades territoriais na Ucrânia

O chanceler russo destacou ainda que uma resolução duradoura do conflito na Ucrânia depende da formalização jurídica e reconhecimento das novas realidades territoriais do país.
“Para que a paz seja duradoura, as novas realidades territoriais, surgidas após a incorporação à Federação da Rússia da Crimeia, República Popular de Donetsk, República Popular de Lugansk, e das regiões de Zaporozhie e Kherson, em decorrência dos referendos realizados, precisam ser reconhecidas e formalizadas de maneira jurídica internacional”, defendeu.
Outra medida crucial, segundo Lavrov, é garantir que o status neutro, não-alinhado e livre de armas nucleares da Ucrânia, condições que estão inclusive previstas na declaração de independência de 1990, “com base nas quais a soberania ucraniana foi então reconhecida pela Rússia e pela comunidade internacional como um todo”, concluiu.
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Índia e a pressão de tarifas dos EUA

Por fim, o ministro afirmou que a Rússia parabeniza a Índia por não ceder à pressão dos Estados Unidos e manter seu compromisso com os princípios do comércio livre.
“O presidente dos EUA, Donald Trump, como todos sabem, não apenas ameaçou impor tarifas de importação elevadas sobre produtos de vários parceiros comerciais da Rússia. Essas tarifas já foram aplicadas, por exemplo, à Índia – nosso parceiro estratégico especialmente privilegiado, grande consumidor de produtos russos, incluindo hidrocarbonetos”, resumiu.
No final de agosto, Trump impôs uma tarifa adicional de 25% sobre importações da Índia, elevando a alíquota total para 50%, que, juntamente com o Brasil, é a mais alta entre as anunciadas na época pelos EUA. A decisão estaria relacionada ao aumento acentuado das compras indianas de petróleo russo – segundo autoridades norte-americanas, a participação da Rússia nas importações indianas cresceu de menos de 1% para 42% após 2022.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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