Existem carros honestos no mercado. Ainda que a conjuntura econômica esconda sob névoa, temos opções algo interessantes em todos os segmentos. No caso dos SUVs de entrada, o Basalt é uma destas alternativas. Talvez seja o único carro da Citroën a fazer jus ao mantra de acessibilidade repetido ad nauseam pela marca.
E vou contar para vocês. A nova versão do Basalt, Dark Edition, que chega às revendas da marca francesa por R$ 114.990, talvez seja o epítome disso. Embora posicionada como opção topo de linha do SUV compacto, custa R$ 1.910 a menos que o Fiat Pulse Turbo e R$ 5 mil a menos que a configuração de mesmo nome do Fastback. Pois é.
E olha que o Basalt Dark Edition tem suas “maldades”. Com pegada urbana, vem com rodas de liga leve de 16 polegadas, pedaleiras esportivas, soleiras personalizadas, duplo chevron escurecido e spoiler na cor André Red — que presta homenagem ao fundador da empresa, André Citroën.
O Basalt Dark Edition também tem acabamento superior. Tal ponto gerava reclamações de imprensa e consumidores. A Citroën tratou de mitigar o problema com revestimentos mais agradáveis ao toque. O forro das portas dianteiras tem, ao menos no apoio de braço, tecido agradável. O mesmo não ocorre na traseira. Só que, bom dizer, nem mesmo alguns carros mais caros oferecem esta comodidade.
Outro ponto a ser ressaltado foi a mudança dos comandos dos vidros traseiros, que passaram do console central para as portas de motorista e passageiros. Uma vitória no quesito usabilidade, que demonstra que a Citroën aplicou certo esmero no Basalt.
O interior escurecido da versão de topo Dark Edition também agrada bastante, e confere ao habitáculo sensação de veículo superior. As costuras aparentes em bancos, câmbio e painel central também garantem elegância jamais vista no SUV da Citroën. Olhares e mãos mais atentas, claro, notarão que ainda há plástico em demasia nesta seara, mas nada que fuja do padrão do segmento.
Mas voltemos aos pontos positivos. Em nosso contato com o Basalt Dark Edition, também agradaram os tapetes, de boa qualidade, e o apoio de braço central. Bem revestido, se apresenta em medida quase que fora do ideal. Todavia, cumpre seu papel.
Além das melhorias consideráveis em termos de acabamento, o Citroën Basalt Dark Edition traz o painel de instrumentos digital de 7 polegadas e a central multimídia com tela de 10,25” e conectividade com Android Auto e Apple CarPlay. Com nova borda em preto, que “se espalha” até as saídas de ar, parece ter ficado em posição um tanto esquisita e pouco afeita ao condutor. No entanto, é ilusão gerada justamente por esta borda “ultrafina. Seu uso, contudo, é adequado.
O Citroën Basalt Dark Edition vem ainda com porta USB do tipo A (a mais convencional), tomada 12V no painel e duas portas USB-C de carregamento rápido para os ocupantes da segunda fileira. Aqui, porém, a fabricante francesa optou pela economia (falei o mesmo em meu texto sobre o C3 XTR). Poupou despesas também ao não adicionar faróis em LED e, tampouco, seis airbags ao SUV — que segue com quatro bolsas. Tais itens estão disponíveis no mercado indiano.
Para completar, com seus 4,34 metros de comprimento, 1,58 m de altura, 1,74 m de largura e 2,64 m de entre-eixos e porta-malas de 490 litros, o Citroën Basalt Dark Edition é ideal para famílias. Opção, de fato, a ser considerada.
Não vou fazer com que você, leitor, perca seu tempo lendo mais do mesmo. O desempenho do Citroën Basalt Dark Edition 2026 é o mesmo de todas as demais versões turbinadas. Até mesmo porque, tem peso similar (1.191 kg) e conjunto mecânico idêntico (à exceção, claro, da opção de entrada).
Guiamos o modelo na Zona Oeste do Rio de Janeiro, trecho plano, cerca de 20 km. O SUV compacto vem com motor 1.0 turbo, três-cilindros, com injeção direta, que rende até 130 cv de potência a 5.750 rpm e 20,4 kgfm de torque a 1.750 rpm. O câmbio também é o mesmo, CVT Aisin K313 com sete marchas simuladas sem quaisquer alterações no (bom) escalonamento.
Aliado à transmissão, o motor 1.0 da família GSE faz a festa; especialmente em ciclo urbano. O desempenho é absolutamente competente em baixas e altas rotações, cortesia do sistema MultiAir III, responsável por ajustar eletronicamente abertura e timing das válvulas de admissão.
No quesito freios e suspensão também temos os “suspeitos usuais”. O modelo vem com McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, além dos freios a disco na frente e a tambor atrás. Só que o Basalt tem, por incrível que pareça, melhor sacada.
Se Aircross e C3 têm ajustes excessivamente macios (especialmente o Aircross), o Basalt atinge o equilíbrio ideal com calibração de suspensão bem melhor que a dos “irmãos”. É um acerto, ao menos, para a proposta da Citroën, que pretende entregar este feeling de “conforto na cidade” com seus produtos do projeto C-Cubed. Não à toa, o SUV compacto é menos firme que o Fastback, por exemplo.
A distribuição de peso do Basalt, porém, é superior ao do Fiat. Isso porque seu balanço é muito melhor acertado. Mesmo em curvas acentuadas o Citroën se comporta bem, e tem deslocamento de peso que progride de forma bem interessante.
Incomoda, ao menos a mim, a posição muito elevada de dirigir. Também não é dos melhores o volante, fino demais para um veículo desse porte. Mesmo assim, bom destacar que no ambiente urbano, com o tempo, você acaba se acostumando com essas idiossincrasias.
Já em termos de consumo o Citroën Basalt Dark Edition 2026 é digno de elogios. Marcou 11,1 km/l em nosso rápido teste. De acordo com o Programa de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, faz 12,1 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada com gasolina e 8,4 km/l em ciclo urbano e 9,6 km/l em ciclo rodoviário com etanol.
A versão de topo do Citroën Basalt tem, entre outros itens, porta USB convencional e tomada 12V no painel, duas portas USB-C, apliques inferiores escurecidos, ar-condicionado automático e digital, assistente de partida em rampa, banco do motorista com ajuste de altura, apoio de braço, bancos dianteiros com apoia cabeça regulável, câmera traseira, capa do retrovisor em preto brilhante, Citroën Connect touchsreen 10,25″, 6 alto-falantes e controle de áudio no volante e controlador e limitador de velocidade.
O modelo dispõe ainda de detalhes na cor “André Red” na grade frontal e na coluna C, direção com assistência elétrica, DRL com LED, duplo Chevron e logos escurecidos, faróis de neblina, interior escurecido, monitoramento de pressão dos pneus, logotipo Dark Edition, maçanetas na cor da carroceria, painel de instrumentos digital TFT 7″, pedaleiras esportivas, soleiras Dark Edition, retrovisores elétricos, rodas de liga leve 16″ pintadas de preto, sensores de estacionamento traseiro, entre outros.
Cores disponíveis: preto Perla Nera, cinza Sting Gray com teto em preto e cinza Grafito com teto em preto.
Pontos positivos: melhoria considerável em termos de acabamento e conjunto mecânico robusto;
Pontos negativos: ainda comete pecados em ergonomia e não conta com seis airbags.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.
Fonte: direitonews