Novos Volkswagen híbridos nacionais terão base de SUV do Golf, confirma CEO


Quem lê Autoesporte já viu, algumas semanas atrás, que as próximas gerações de Nivus e T-Cross nacionais poderão se derivar diretamente do novo T-Roc apresentado recentemente na Europa. Nossa reportagem aproveitou a cobertura do Salão de Munique 2025 (IAA), onde esse novo T-Roc está exibido, para conferir o que de fato fazia sentido na história com ninguém menos que o CEO global da marca, Thomas Schäfer.

Em entrevista exclusiva à Autoesporte, Schäfer confirmou que, sim, os novos produtos híbridos da Volkswagen no Brasil serão construídos sobre a plataforma MQB Evo e com a motorização híbrida do novo T-Roc. “Sim, a [matriz] MQB Evo irá para o Brasil. É a partir [dessa base] que a maior parte dos veículos [da marca no país] será produzida”, afirmou o executivo alemão.

“É a plataforma que usamos globalmente e [representa] a transição para onde o resto do mundo está caminhando rumo aos [veículos] elétricos”, seguiu. Segundo o CEO mundial da Volkswagen, a base MQB Evo, uma evolução da matriz MQB-A de Taos, Golf, Jetta e Tiguan, é a “mais avançada em uso nos atuais veículos com motor a combustão” da marca.

Isso porque permite eletrificação que vai desde os híbridos leves (MHEV) até os plug-in (PHEV), com recarga externa, passando pelos híbridos plenos (HEV). “Tudo é possível com essa plataforma. A maioria de nossos novos veículos será baseada nela, do T-Roc em diante. E isso estará disponível na América do Sul”, ressaltou.

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Segundo apurações de Autoesporte, os novos SUVs híbridos nacionais da Volkswagen serão as novas gerações de Nivus e T-Cross, com lançamentos previstos para ocorrer entre 2027 e 2028. Além da plataforma, ambos terão dimensões próximas às do novo T-Roc, que mede 4,37 metros de comprimento e 2,63 m de entre-eixos.

Contudo, embora não tenha confirmado nomes nem entrado em detalhes dos projetos, Schäfer confirmou que haverá diferenças conceituais importantes entre os futuros Volkswagen brasileiros e o T-Roc europeu.

“No Brasil os consumidores preferem carros com formato um pouco diferente. Podemos esperar algo empolgante para a América do Sul, que não é exatamente o T-Roc como estamos vendo aqui, mas outro carro que vai deixá-los muito empolgados, creio eu. Então podemos esperar que ele vai se basear nesse projeto, nessa plataforma e nessa motorização”, reiterou o executivo.

“Queremos fazer do jeito certo. Não queremos ter carros de nicho. Queremos lançar modelos que realmente tenham bons números [de venda] e [façam sentido] economicamente. É por isso que vamos adaptar tudo [que for necessário], como sempre fizemos”, completou.

As confirmações de Schäfer vão ao encontro da atual estratégia global da Volkswagen, que prevê que qualquer veículo que não for elétrico, como os novos ID. Polo e ID. Cross, também apresentados em Munique, terá a matriz MQB Evo em variantes híbridas.

Sobre isso, o chefão global também confirmou que os novos produtos brasileiros da marca terão motorização híbrida plena, como a do Toyota Corolla, conforme antecipado por Autoesporte em março deste ano. Tal conjunto também estreará globalmente com o T-Roc de segunda geração, em calibrações de 136 cv ou 170 cv, e consiste na aplicação de um sistema elétrico de alta tensão ao motor 1.5 TSI Evo2, sem recarga externa.

“Estamos trabalhando muito próximos [ao Brasil na motorização HEV] e isso tem gerado muitos aprendizados. É um desenvolvimento interessante, sabe? O motor HEV não é uma solução global. Na China, não possui muito volume. Na Europa, onde os híbridos plug-in [dominam], também é um nicho. Mas está se tornando mais popular na América do Sul e nos Estados Unidos”, contou o CEO.

Schäfer também deu a entender que, quando lançado no Brasil, o conjunto híbrido pleno da Volkswagen já será flex, podendo aceitar etanol no tanque. “Sempre adaptamos nossos trens de força às necessidades do consumidor brasileiro. O motor flex sempre foi algo importante e acho que continuará sendo. Nosso sistema HEV é muito flexível”, resumiu.

Como Autoesporte vem noticiando há alguns meses, os futuros Volkswagen Nivus e T-Cross híbridos flex nacionais devem ter versões híbridas leves de 48 Volts e híbridas plenas. Questionado sobre se há a possibilidade de encaixar configurações PHEV na estratégia, Thomas Schäfer respondeu que apenas se houver demanda.

“Todos sabemos que o [conjunto] híbrido plug-in está disponível na MQB Evo para Tiguan e Tayron. Portanto, não há restrição. A questão é: faz sentido para o mercado? O segmento é grande o suficiente [para justificar o investimento]?”, provocou.

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Fonte: direitonews

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