Jaecoo 7 Prestige: 5 razões para comprar e 5 motivos para pensar bem


Lançado em abril, o Jaecoo 7 começa a se tornar figurinha presente em nossas ruas. Em agosto, foi o quarto carro PHEV mais vendido do Brasil, com 635 emplacamentos, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). O resultado colocou o SUV chinês à frente do “primo” e rival direto, Caoa Chery Tiggo 7.

Os dois modelos se enfrentaram em um comparativo em vídeo publicado no canal da Autoesporte no YouTube. De qualquer forma, Autoesporte avaliou o Jaecoo 7 mais a fundo e traz, nos próximos parágrafos, 5 razões para comprar o SUV e 5 motivos para pensar bem antes de colocar o modelo na garagem. Lembrando que o modelo chinês é oferecido em duas versões: Luxury, por R$ 229.990 e Prestige, de R$ 249.990. A mais cara é também a mais vendida, e foi a considerada neste teste.

Em nosso comparativo, o Jaecoo 7 fez jus ao nome e levou 7 segundos cravados para chegar aos 100 km/h. Além de um bom desempenho do conjunto formado pelo motor 1.5 turbo com injeção direta mais um elétrico de 339 cv combinados, o SUV chinês apresenta um ótimo gerenciamento de bateria.

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Mesmo no modo de condução híbrido, o Jaecoo 7 privilegia o uso do motor elétrico. Isso poderia ser um problema, esgotando rapidamente a carga da bateria de 18,3 kWh. No entanto, em nossos testes, o alcance apenas usando motor elétrico foi de mais de 100 km, superando em muito os 79 km declarados no Inmetro.

Falando de combustível líquido, no teste de consumo, o modelo cravou 23,2 km/l de média. Considerando o tanque de 60 litros, o alcance combinado facilmente pode passar dos 1.200 km.

Outra vantagem do sistema híbrido plug-in do Jaecoo 7 é a velocidade de carregamento. Em aparelhos lentos de corrente alternada (AC), o SUV enche a bateria nos mesmos 6,6 kW da grande maioria dos carros híbridos.

A diferença, contudo, está na possibilidade de plugar o chinês em estações de corrente contínua (DC) em velocidade consideravelmente mais alta: até 40 kW. Neste cenário, é possível carregar de 30% a 80% em aproximadamente 20 minutos.

Telas grandes se tornaram um padrão após a invasão de marcas chinesas no Brasil. O Jaecoo 7, claro, não poderia ficar de fora. Com uma superfície tátil de 14,5 polegadas, uma das maiores entre os carros vendidos no país, o SUV se destaca não só pelo tamanho, como também na usabilidade.

Com menus fáceis de navegar, respostas rápidas e um visual bonito, o Jaecoo 7 se sai melhor do que quase todos os rivais diretos. Ao contrário dos BYD, a tela vertical não é giratória, mas oferece ótima visualização quando conectada a Android Auto ou Apple CarPlay — ambas sem a necessidade de cabos.

A alta resolução faz com que os comandos fiquem gigantes à vista do motorista. Até o condutor do carro ao lado conseguirá enxergar a direção do seu Waze ou Google Maps.

Iluminação ambiente, modo como a autonomia é exibida, tipo de propulsão, peso da direção, nível de regeneração da bateria, assistências à condução e até espelhos retrovisores. Os comandos dos mais diversos têm algo em comum: todos podem ser ajustados usando a central multimídia.

O nível de personalização dos carros chineses tem sido um diferencial. E com o Jaecoo 7 não é diferente. Ainda que a falta de botões físicos incomode na cabine, é possível deixar o carro exatamente da forma que o motorista gosta, inclusive na dirigibilidade.

Para arrematar os pontos positivos, e ainda falando da cabine, o acabamento é muito bom para um veículo dessa faixa de preço. Começando pelos bancos, as almofadas confortáveis e as costuras bem arrematadas são alguns dos destaques da cabine do Jaecoo 7.

Fora isso, há muito plástico emborrachado, inclusive nas portas traseiras, onde as fabricantes costumam adotar materiais menos nobres.

Mesmo com várias possibilidades de ajustar o veículo, o Jaecoo 7 ainda carece de melhor adaptação ao Brasil. E essa observação vale tanto para o gosto do motorista brasileiro, como acertos de direção e respostas do pedal de freio, como para a suspensão.

No período em que esteve na garagem de Autoesporte, todos os integrantes da equipe dirigiram o SUV. E houve uma crítica em uníssono: o pedal de freio é borrachudo e parece que não dá conta do recado. Mesmo após ter ser acostumado, é preciso que o condutor tenha cuidado extra em manobras.

Menos mal que a má impressão é apenas uma sensação. Nos testes, o Jaecoo 7 se saiu melhor que o Tiggo 7 nas provas de frenagem.

Fora isso, direção anestesiada e suspensão muito mole, com rolagem excessiva da carroceria, incomodaram nossa equipe. Nada que um ajuste feito pela engenharia brasileira não resolva.

Outra reclamação constante de quem andou no Jaecoo 7 é o retrovisor interno. Normalmente, o espelho côncavo dá uma boa noção da distância dos veículos em volta. No SUV chinês, por ser mais plano, há uma distorção do cenário, fazendo alguns carros parecerem mais longe do que estão, de fato.

A pequena área envidraçada, fruto de uma carroceria com linha de cintura alta também restringe a visibilidade para manobras.

Com 4,50 metros de comprimento, o Jaecoo 7 é um pouco mais curto que rivais diretos Haval H6 e Song Pro/Plus estão na casa dos 4,70 m. Se o espaço interno é similar ao dos rivais e o espaço, como sabemos, é finito, a conta veio no volume do porta-malas.

São míseros 340 litros, menos que SUVs de entrada, como Volkswagen Tera (350 l) e Renault Kardian (358 l). O compartimento ainda peca por ter o assoalho alto, tornando o embarque de objetos pesados mais difícil.

O Jaecoo 7 oferece um pacote ADAS de segurança ativa completo. Isso inclui controle de velocidade adaptativo (ACC), assistente de permanência em faixa, frenagem autônoma de emergência e sensor de ponto cego. Todos funcionam bem, mas o assistente de faixa tende a fazer o veículo “ziguezaguear” de um lado para o outro da faixa de rolagem, sem seguir uma linha reta.

Um outro ponto negativo é que, mesmo em vias bem sinalizadas, são frequentes as perdas de referência e desligamentos do sistema, fazendo com que o motorista tenha sempre que corrigir a trajetória, até que os radares voltem a detectar as faixas.

Se a qualidade da central multimídia é exemplar, o mesmo não pode ser dito do sistema de som, fornecido pela Sony e que também equipa o Tiggo 7. São 4 alto-falantes e 4 tweeters. Mas isso nem de longe faz o som parecer de alta qualidade.

Outra crítica comum de quem andou no Jaecco é que o som parece abafado e ligeiramente distorcido, mesmo após ajustes de balanço, graves e agudos realizados na central multimídia.

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Fonte: direitonews

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