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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu prudência nesta sexta-feira (29) diante do início do processo para aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica (Lei 15.122/2025) contra os Estados Unidos, autorizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em nota, o presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que a indústria brasileira “continuará buscando os caminhos do diálogo” e que “não é o momento” de acionar de fato a lei. A entidade destacou que ainda há espaço para negociação, visando tentar reverter as tarifas de 50% impostas pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros.
“Precisamos de todas as formas buscar manter a firme e propositiva relação de mais de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos”, declarou Alban. Segundo ele, o objetivo é encontrar um caminho que leve à reversão das tarifas ou à ampliação das exceções para produtos brasileiros.
Para avançar nas negociações, a CNI organizará uma comitiva com mais de 100 líderes empresariais e representantes de associações do setor, que desembarcará em Washington na próxima semana. A agenda inclui encontros com autoridades e empresários norte-americanos, além de preparativos para a audiência pública marcada para 3 de setembro sobre a investigação aberta em julho nos termos da Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA.
O governo brasileiro enviou sua resposta aos Estados Unidos no último dia 18. Apesar de ter autorizado a abertura do processo pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), o presidente Lula afirmou nesta sexta-feira que não tem pressa em aplicar a lei contra o país norte-americano.
Abaixo a íntegra da nota da CNI sobre a Lei da Reciprocidade:
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende a persistência no uso de instrumentos de negociação como forma de reverter os efeitos nocivos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras.
O setor industrial continuará buscando os caminhos do diálogo e da prudência, e avalia que não é o momento para a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica.
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o momento exige cautela e discussões técnicas. Neste sentido, uma comitiva liderada pela CNI com mais de 100 líderes de associações e empresários industriais desembarcará no começo da semana que vem em Washington, para uma série de compromissos com empresários e representantes do poder público dos EUA.
“Precisamos de todas as formas buscar manter a firme e propositiva relação de mais de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos”, afirma Alban. “Nosso propósito é abrir caminhos para contribuir com uma negociação que possa levar à reversão da taxa de 50% e/ou buscar obter mais rapidamente o aumento de exceções ao tarifaço sobre produtos brasileiros”, acrescenta o presidente da CNI.
Alban alerta que é importante observar que as economias brasileira e americana são complementares. Na corrente de comércio, os bens intermediários (insumos produtivos) representaram 58% do que foi comercializado entre os dois países na última década.
A agenda em Washington contempla encontros bilaterais entre instituições empresariais brasileiras e suas contrapartes e parceiros nos EUA, e reunião plenária para discutir os impactos comerciais e estratégias para aprofundar a parceria econômica entre os dois países.
A CNI também vai promover encontros estratégicos preparatórios para a defesa do setor industrial na audiência pública, marcada para o dia 3 de setembro, sobre a investigação aberta em julho pelo governo norte-americano nos termos da Seção 301 da Lei de Comércio dos Estados Unidos.
Como representante do setor industrial brasileiro, a CNI formalizou uma manifestação em defesa do Brasil, argumentando que o país não adota práticas injustificáveis, discriminatórias ou restritivas ao comércio bilateral.
Fonte: gazetabrasil