Teste: Cadillac Optiq, SUV de luxo da GM, dirige sozinho e vem ao Brasil


O Mobi é o carro de entrada da Fiat. Na Renault, é o Kwid que faz esse papel. E ambos levam essa missão ao pé da letra: são os mais baratos do país, oferecem apenas o essencial e entregam um desempenho justo para o dia a dia. No mundo das marcas de luxo, no entanto, chamar até o modelo mais acessível de “carro de entrada” é mera ilusão de ótica. O Cadillac Optiq (pegou o trocadilho?) é prova disso.

Autoesporte foi a Detroit, nos Estados Unidos, na sede da General Motors, para conhecer o carro elétrico de perto. O motivo é claro: a fabricante norte-americana deve finalmente fazer sua estreia no Brasil em breve. Aliás, o esperado é que isso aconteça em 2026 — não por acaso, o SUV já foi até flagrado no nosso país.

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Mas fato é que, oficialmente, o Optiq ocupa o degrau mais baixo da gama da fabricante americana. Porém, basta um simples olhar para perceber que ele rejeita qualquer rótulo de básico.

Essa postura já começa na tabela de preços. Nos EUA, o SUV parte de US$ 50.900, o equivalente a cerca de R$ 282 mil em conversão direta. No entanto, quando chegar às terras brasileiras, podemos esperar um preço (bem) mais alto. Afinal, o Chevrolet Equinox EV (irmão sem nome nobre com o qual o Optiq compartilha a plataforma Ultium) já custa R$ 440 mil por aqui. Portanto, o Cadillac deve ser lançado beirando os R$ 500 mil.

No visual, o Optiq tem a mesma receita dos demais carros da Cadillac: bastante luxo e elegância. Os faróis são interligados e a grade traz detalhes gravados a laser. Já a traseira é bem ousada e lembra até o Volvo EX30 por causa das lanternas, que seguem pelo vidro.

Em relação às dimensões, o Optiq tem 4,82 metros de comprimento — é 1 centímetro menor que o Equinox EV. Por isso, o porta-malas tem 744 litros, segundo a Cadillac. Mas esse número é medido no padrão americano, mais generoso que o VDA. Então, quando o SUV for homologado por aqui, podemos esperar uma redução. Ainda assim, não vai faltar espaço para as malas. E, como manda o figurino, a abertura e o fechamento são elétricos.

O ótimo espaço se repete na segunda fileira. O entre-eixos de 2,95 m proporciona conforto até para passageiros mais altos. Quem vai no meio se acomoda bem, em virtude do assoalho plano.

O acabamento interno entrega tudo o que se espera para um carro de luxo: é minimalista, não tem plástico e a maior parte dos detalhes é de couro sintético ou tecido. Outro ponto que reforça que o Optiq passa longe do posto de iniciante são as telas interligadas. Juntos, painel de instrumentos e central multimídia somam nada menos que 33 polegadas.

Mesmo assim, há vários comandos por botões. Por isso, o ar-condicionado digital de duas zonas pode ser controlado com mais facilidade pelo motorista enquanto dirige. Para completar o pacote de sofisticação da cabine, o teto solar é panorâmico. Mas bem que a alavanca de câmbio poderia ter sido posicionada no seletor giratório do console central em vez de ficar na coluna de direção…

O Cadillac Optiq é equipado com dois motores elétricos e, por isso, tem tração integral. Assim, combinados, entregam 300 cv e 48,9 kgfm. É mais do que suficiente para fazer ultrapassagens em segurança.

Prova disso é a aceleração de zero a 100 km/h em 6,7 segundos, de acordo com a Cadillac. Se considerarmos a potência e o torque, o número até que não impressiona. Porém, fica bem aceitável quando lembramos que o carro tem 2,3 toneladas.

Aliás, um ponto negativo é que é possível sentir todo esse peso em cada curva, frenagem e saída da imobilidade — a mesma sensação de dirigir um carro de sete lugares cheio. Por outro lado, há bastante conforto na cabine — pelo menos rodando no asfalto liso americano.

E o que ajuda a carga a ser alta é a bateria de 85 kWh, que entrega autonomia de 486 km no ciclo EPA, quase espelhado com o brasileiro Inmetro. Utilizando carregadores rápidos (DC) de até 150 kW, é possível adicionar cerca de 125 km de alcance em apenas dez minutos.

O que impressiona qualquer um, no entanto, é o Super Cruise. O sistema semiautônomo faz o Optiq acelerar, frear, trocar de faixa, entrar e sair de ruas sem nenhuma ajuda do condutor. Basicamente, sabe dirigir sozinho seguindo somente as instruções inseridas no mapa. Nem é necessário ficar com a mão no volante, a menos que o carro entenda que o motorista não está prestando atenção no trajeto. E caso identifique que o condutor não tem condições de seguir, por alguma questão médica, vai diminuindo a velocidade e leva o SUV até um lugar seguro. É surpreendente.

A parte ruim é que, por uma questão de legislação, o sistema não estará disponível no Brasil. Pelo menos todos os auxílios de segurança estarão ativos: frenagem de emergência, alerta de colisão frontal, assistente de permanência em faixa, ACC, monitoramento de ponto cego e câmeras 360 graus.

A quantidade de itens é apenas mais uma prova de que o Optiq só é um carro de entrada no papel. Mas vamos combinar que essa ilusão de ótica não será suficiente para que ele consiga bater de frente com modelos de marcas de luxo já consolidadas no Brasil. É preciso saber qual coelho a Cadillac vai tirar da cartola para fazer sucesso por aqui.

Pontos positivos: Luxo, autonomia, desempenho e sofisticação agradam
Pontos negativos: Unidades vendidas no Brasil não terão o Super Cruise

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Fonte: direitonews

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