A Volkswagen está correndo para conseguir entregar os milhares de pedidos do Tera feitos desde que o carro chegou às lojas, no começo de junho. Na noite do lançamento, foram 12 mil pedidos, recorde na história da empresa. Agora, Autoesporte apurou que a fábrica de Taubaté (SP) está se preparando para aumentar o ritmo de produção para zerar as filas de espera pelo SUV de entrada.
Até setembro, o objetivo é aumentar em quase 40% o ritmo das linhas, passando das atuais 400 unidades diárias para 550 veículos produzidos por dia na unidade do interior paulista. Vale lembrar que o local opera em três turnos e já transferiu parte da produção do Polo para a fábrica de São Bernardo do Campo (SP).
Fontes ouvidas por Autoesporte afirmaram que a adaptação do Tera na fábrica levou mais tempo do que o esperado. De todo modo, o aumento gradual na fabricação de um novo carro é comum na indústria, em um processo conhecido como ramp up.
O resultado é visto nas concessionárias, que pedem até 90 dias para entregar novos pedidos. A própria marca havia dito isso em junho. Passados quase dois meses, porém, o cenário parece mantido.
Em grupos de proprietários na internet, há diversos relatos de clientes que compraram o carro nos primeiros dias de junho, com a promessa de entrega em 30 dias, mas que ainda não estão com seu Tera novo, mesmo após quase 60 dias do prazo inicial.
O maior impacto é percebido na entrega da configuração de entrada, MPI. Procuramos dez concessionárias da Volkswagen nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. Em seis, o Tera MPI não estava disponível para pronta entrega.
Entre as concessionárias que afirmaram não terem a opção de R$ 105.890 à disposição, o prazo mais longo para recebimento da compra é de 90 dias, estipulado por uma unidade em São Paulo. Nas demais, os prazos variam entre 60 e 70 dias, sendo que o menor tempo de espera informado foi de 30 dias.
Em uma das concessionárias em que ligamos, inclusive, fomos informados que o prazo de espera passou de 30 para 70 dias para novos compradores, já que há diversos pedidos acumulados. O mesmo vendedor afirmou ainda que o primeiro lote de Tera MPI deveria ter sido entregue na primeira quinzena de julho.
Vale dizer, que a versão mais barata do Tera é a única equipada com motor 1.0 aspirado flex de três cilindros. Nesse caso, o conjunto desenvolve até 84 cv de potência e 10,3 kgfm de torque. Considerando que a configuração é a de menor rentabilidade para a empresa, faz sentido concentrar a produção em opções mais caras.
Autoesporte, aliás, também obteve dados de emplacamentos por versão. A MPI teve apenas 43 registros em julho, de um total de 3.244 exemplares entregues a clientes. Ou seja, míseros 1,3% do total.
Mesmo que o problema principal esteja na configuração MPI, há relatos pontuais de filas para adquirir outras versões. Em uma das lojas, a vendedora informou que havia apenas duas unidades do Tera Comfort (R$ 128.890) e que após o esgotamento da versão, a espera seria de 90 dias.
Em outra revenda, o relato é de que a maioria das unidades a pronta entrega da opção topo de linha, High, não traz o pacote opcional Adas. Este, por sua vez, não estaria disponível sequer para novos pedidos. Seja como for, de forma geral, a não ser o Tera MPI, as demais versões podem ser encontradas a pronta entrega.
Sem a versão básica, os vendedores tentam convencer potenciais clientes a optarem por opções mais completas, ou migrar para outro modelo da linha Volkswagen. Um dos lojistas relatou ter conseguido fazer com que alguns clientes mudassem a versão escolhida para evitar a longa espera.
A maior dificuldade, ainda segundo os vendedores, é que há uma diferença de preços considerável entre os pouco mais de R$ 105 mil pedidos pelo Tera MPI, e a casa dos R$ 120 mil onde estão Tera TSI, Nivus e T-Cross Sense.
Nesse caso, a diferença é justificada pela troca do motor aspirado pelo turbo, seja o 170 TSI de 116 cv e 16,8 kgfm de torque do Tera, ou o 200 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm dos outros SUVs.
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Fonte: direitonews