Haddad admitiu nesta terça-feira (29) que pode ocorrer uma conversa entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ressaltou que os canais de diálogo entre negociadores dos dois países sempre estiveram disponíveis, sendo necessária, porém, uma preparação “protocolar mínima” para viabilizar a conversa.
“Tem que haver uma preparação antes para que seja uma coisa respeitosa, para que os dois povos se sintam valorizados à mesa de negociação, não haja um sentimento de vira-latismo, de subordinação”, declarou à Agência Brasil. Além disso, Haddad enfatizou que o papel dos ministros brasileiros é justamente “azeitar os canais para que a conversa, quando ocorrer, seja o mais dignificante e edificante possível”.
Haddad ainda ressaltou que as autoridades norte-americanas passaram a demonstrar sinais de interesse em dialogar com o Brasil. “Alguns empresários estão fazendo chegar ao nosso conhecimento que estão encontrando maior abertura lá, não sei se vai dar tempo até dia 1º [de agosto, dia da entrada em vigor das sobretaxas]”, afirmou.
Também nesta terça, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que Lula só vai ligar para Trump quando houver alguma abertura ao diálogo.
“Primeiro vamos recordar que o presidente Trump disse que não quer conversar agora. Então não adianta o presidente Lula buscar a conversa. Uma negociação entre dois chefes de Estado tem uma preparação dos negociadores para que isso aconteça. Não é um telemarketing, que você pega o telefone e tenta a sorte”, afirmou.
Plano de emergência para empresas afetadas
Caso as tarifas de importação de 50% sobre produtos brasileiros entrem em vigor a partir de agosto, Haddad lembrou que já foi preparado um plano emergencial para ajudar as empresas mais afetadas pela medida, como as dos setores de laranja, pescados, manga e café. O planejamento prevê diversos cenários possíveis, e a palavra final será de Lula.
“O Brasil vai estar preparado para cuidar das suas empresas, dos seus trabalhadores e, ao mesmo tempo, se manter permanentemente em uma mesa de negociação, buscando racionalidade, buscando respeito mútuo e estreitamento das relações”, finalizou.
Fonte: sputniknewsbrasil